segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

O GOVERNO ILEGÍTIMO TRAMA UMA NOVA PRIVATIZAÇÃO DAS TELES

Em meio ao desmonte amplo, geral e irrestrito a que submetem o nosso país, nosso patrimônio público, o Estado, tudo, esse governo ilegítimo que se apossou do poder sem ser eleito prepara um presentão para as empresas de telecomunicações privatizadas por Fernando 2º (FHC) e seus cupinchas. Aparentemente o objetivo é acobertar o fracasso da Oi. Mas o péssimo desempenho da Anatel também seria contemplado. Basicamente, tenta-se mudar a lei para que as teles abiscoitadas por preço vil não precisem mais pagar para explorar um serviço que é público. Também não precisariam mais devolver o patrimônio público alugado nos famosos leilões do finalzinho do século passado (ver o livro Privataria tucana); nem aceitar metas de atendimento ao público. Tudo em troca de grossos investimentos em banda larga. Em suma, seria (ou será, pois o governo espúrio e o Congresso golpista se equivalem) a doação de bilhões de reais às teles numa área vital à soberania nacional. A mudança pilantra, e merecedora de piores adjetivos, pode ser a salvação da Oi, entre cujos acionistas há gente com boas relações com os golpistas.
A Lei Geral de Telecomunicações de 1997 trata dos “bens reversíveis”: quando as teles arremataram partes da Telebras aceitaram devolver futuramente, quando os contratos expirassem, em 2025, os bens necessários ao serviço, como cabos, prédios, antenas, incluindo as melhorias. Uma devolução automática, segundo aquela lei. Ocorre que a Anatel, uma agência reguladora criada na época, nunca cumpriu sua finalidade regulatória, praticamente servindo apenas para chancelar constantes e abusivos aumentos aos usuários. O que ocorre também com as demais agências criadas na época. E nada disso foi consertado nos governos petistas que se seguiram à “privataria”.
Está nas mãos da ministra Carmen Lúcia, presidente do STF, liberar o presidente espúrio para sancionar a lei imoral que só poderia ser engendrada na atual conjuntura. Lembremos que foi quando um compositor de escola de samba recebeu a tarefa de escrever um enredo sobre “a atual conjuntura” (era no tempo do outro golpe, aquele de 1964-85), ele tentou escrever e saiu o Samba do Crioulo Doido que contém pérolas como: “O vigário dos índios [Anchieta] aliou-se a Dom Pedro e acabou com a falseta: foi proclamada a escravidão”; “Dona Leopoldina virou trem e Dom Pedro é uma estação também. O trem tá atrasado ou já passou”. Tudo invenção de Sérgio Porto (Stanislaw Ponte Preta). Indubitavelmente, estamos vivendo um outro samba do crioulo doido.

O essencial dos dados desta postagem recolhi de reportagem de André Barrocal na revista Carta Capital. Doravante, ou seja, de agora em diante, farei três postagens por semana, às segundas, quartas e sextas, desde que a “privataria tucana” me permita trabalhar aqui na periferia do Recife como se estivesse em Paris, Londres, Nova York.

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