segunda-feira, 13 de março de 2017

“CADA TAUBA QUE CAÍA DOÍA NO CORAÇÃO”. COMO NA BELA LETRA DE ADONIRAN, ESTÃODESMONTANDO O BRASIL

Vocês se lembram da letra de Saudosa Maloca, de Adoniran Barbosa? Trata-se da demolição de um velho palacete em decadência e abandonado, daqueles que existem muito por velhos bairros paulistanos. Nos Campos Elíseos, por exemplo, que já foi área nobre (expressão monarquista) onde havia inclusive o Palácio do Governo paulista, que migrou para o Morumbi. Por ali medra hoje a Cracolândia, onde uma população miserável mora e se droga na rua ou em malocas e, agora, tem de enfrentar também o novo alcaide paulistano (um tal de Dória), que não aprecia a política social de recuperação e reintegração implantada pelo ex-prefeito Fernando Haddad.
Naquela canção do grande Adoniran, tem um pé que fala assim: “Peguemo todas nossas coisa / e fumo pro meio da rua / apreciá a demolição. / Que tristeza que nós sentia, / cada tauba que caía / doía no coração”. Ele escrevia assim, como o povão fala. Essa demolição da maloca que Adoniran montou com o Mato Grosso e o Joca só me lembra o desmonte brutal que o nosso país (que não é uma maloca; estou só aproveitando a poesia de Adoniran) está sofrendo sob o poder espúrio de golpistas e quadrilheiros. Cada “tauba” que cai dói muito no coração e na cabeça. Cadê aquele projeto de país independente que Getúlio tentou e foi retomado pelos governos populares do início deste século 21?
Muita “tauba” já caiu e vai continuar caindo, se o povo não se levantar nas ruas, sindicatos, universidades, escolas. Dilma, que não era nenhuma estadista, nenhum Lula, não é sequer acusada de qualquer roubalheira mas, num conluio entre parlamentares, quase todos acusados de falcatruas, ministros, juízes, altos executivos, foi alijada da Presidência da República, traída por seu vice, uma espécie de clone de Café Filho, herdeiro da República do Galeão (aquela que antecedeu em mais 60 anos a República de Curitiba, a chefiada pelo juiz Moro). A do Galeão era chefiada por militares insubordinados que não engoliam a criação da Petrobras e a concretização de outros projetos de Getúlio e o levaram ao suicídio. A de Curitiba é aquela de um juiz provinciano e partidário, preparado nos Estados Unidos para defender os interesses de Washington, que construiu um novo tipo de golpe pseudoconstitucional, já aplicado em Honduras, Paraguai e, agora, no Brasil, que volta a ser uma “república de bananas”. Quanta glória.
Recentemente assisti a um bate-papo com Mino Carta e Paulo Henrique Amorim, no Sindsprev, e fiquei impressionado com a quantidade de informações que esses dois grandes jornalistas têm sobre esse TEMERário desmonte. Como sabemos, o pré-sal já foi assaltado; a Petrobras Distribuidora rifada barato; prepara-se uma nova “privatização”, que completará aquela de Fernando 2º (aquele sociólogo sem aluno, FHC) entregando às teles que abiscoitaram a Telebras todos os ativos que deveriam restituir ao Estado ao fim das concessões; os idosos vão ficar impedidos de gozar aposentadoria (só no céu); a CLT de Getúlio vai pro beleléu. E muita coisa mais vem por aí se não houver uma reação nossa. A quem interessa o desmonte, tanta “tauba” caindo? Ao Brasil certamente não.

T’esconjuro! Vade retro, Satanás!

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