terça-feira, 28 de março de 2017

ARRUFOS E PUGILATOS ENTRE GRANDÕES DA REPÚBLICA QUE OS GOLPISTAS QUEREM “BANANERA”

Os grandões da República estão se desentendo quase aos socos e safanões. O que só pode ocorrer em uma republiqueta de banana, como o nosso Brasil está se tornando com esse novo golpe que Washington inventou para substituir a velha cooptação de militares insubordinados e doutrinados no War College. República “bananera”, sim. Vocês já viram os discretos ministros da Suprema Corte dos EUA rebolando diante de holofotes e dando entrevistas em que pré-julgam causas? O homem de negócios que é, substancialmente, o ministro do STF Gilmar Mendes andou por aí agredindo o procurador-geral da República Rodrigo Janot, que lhe respondeu também aos socos e pontapés.
O centro dos desentendimentos é a Operação Lava Jato. É que, conseguido o abominável impedimento sem motivos sérios de uma presidente constitucionalmente eleita, o ministro-empresário virou-se contra essa caça às bruxas simbolizada pelo juiz Moro, pois quer paz e conforto para investigados que são seus amigos do PMDB/PSDB. No dia 21 passado, no plenário do STF, sem citar o procurador, acusou-o do crime de vazamento de informações sigilosas e de tentar fazer o tribunal de fantoche.
E o ministro que concede sucessivos habeas-corpus a amigos ainda sugeriu a anulação da validade do material vazado, um sonho de congressistas da pesada e da trupe que assaltou o Planalto. Por sua vez, Janot, também sem citar o nome do desafeto, atribuiu-lhe decrepitude moral, disenteria verbal e o acusou de distribuir impropérios abrigado na quase certeza da impunidade. Foi além o procurador ao criticar a escandalosa intimidade de Mendes com o governante golpista Michel Temer e com outros investigados que deverá julgar do STF: jantares, reuniões às escondidas, caronas em aviões da FAB.
Há pessoas que não hesitam em violar o dever da imparcialidade, acrescenta Janot, sôfregas pelo reconhecimento e afago dos poderosos de plantão. Decência? Retidão? Pru mode?, como diria o matuto, ou o caipira, como preferem os paulistas. Já se espera que o procurador solicite ao STF que Mendes não participe de julgamentos em que não teria isenção.

Antes de findar, desejo registrar a inauguração popular da transposição das águas do São Francisco, em Monteiro (PB), com a presença de Lula, que convidou a presidente deposta. Quão diversa da inauguração fajuta dos golpistas, quase escondidos com medo de apupos.

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