Gente, os muros se tornaram parte integrante
de nossa duvidosa “civilização” Muito tempo depois da queda dos muros de Jericó,
de os muros de Troia terem sido penetrados pelo famoso cavalo dos gregos, de os
assim ditos bárbaros terem derrubado os muros de Roma, novos muros se multiplicam,
geralmente erguidos por países oriundos de migrações. Interessante que, durante
os anos da Guerra Fria, os “democratas ocidentais e cristãos” abominavam o Muro
de Berlim, que dividia a cidade em uma banda capitalista e outra comunista.
Mal caída aquela abominação, que só poderia
emanar, segundo os “democratas ocidentais”, da mente doentia do comunismo
soviético, começaram a surgir os “muros democratas”. Terminara a Guerra Fria, com
a descomunização da URSS (onde comunismo autêntico nunca houvera e, sim,
estatismo) e, de repente, os muros se tornaram toleráveis, pois era para
proteger a “democracia”. Mesmo porque descobriu-se que a Guerra Fria continuava;
EUA e Rússia prosseguiam sem se beijar, além de a segunda continuar sendo uma
potência nuclear.
O primeiro país a verificar os aspectos “democráticos”
de um muro foi Israel, sob governo fascistoide. Além de não permitirem a
consolidação de um Estado Palestino autônomo, os governantes judeus semeiam
colônias nas terras que supostamente deveriam ser palestinas e cercam de muros
essas colônias para preservar a segurança dos invasores. Uma amiga minha que andou
recentemente na Terra Santa me disse que a toda hora você se depara com um
check-point israelense. Há redutos em que palestinos ficam isolados. E tome
muro.
Não contentes de haverem pilhado e destruído
centenas de aldeias palestinas em 1948, os grandes aliados dos Estados Unidos
no Oriente Médio continuam hoje em busca da “solução final” que Hitler buscou
para os judeus da Alemanha e países ocupados pelos nazistas. Com a solução
final, o governo fascistoide do Estado judeu busca também “espaço vital” (outro
conceito nazista).
Entre o México e os EUA, enquanto não o
contiverem, o incrível Trump, êmulo de Hulck, também quer erguer seu muro. Os
EUA já se apossaram da metade do México à força e agora querem isolá-lo do “paraíso”
lá de riba. “Pobre México, tão longe de Deus e tão perto dos Estados Unidos!”,
dizia o presidente mexicano Lázaro Cardenas, aquele que nacionalizou o petróleo
de seu país.
Na Europa, por (mau) exemplo, na catolicíssima
Hungria, erguem-se muros para não dar passagem a refugiados de guerra e
perseguidos da África e Oriente Médio. Lembre-se: regiões outrora invadidas e
colonizadas por cruzados e potências europeias.
Precisa mais, gente? Felizmente, o Brasil
ainda é (cuidado com os golpistas!) um dos países mais abertos a imigrantes, refugiados
ou não. Libaneses (o presidente golpista é descendente de libaneses; neste
caso, seus antepassados deveriam ter ficado na terra dos cedros), sírios,
judeus, haitianos, africanos encontram aqui um novo lar e ajuda para aprenderem
o idioma e obterem trabalho. Para sempre amém.
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