quarta-feira, 22 de março de 2017

PÉSSIMO, CARO E PERIGOSO. É O QUE ACHAM DO SISTEMA PÙBLICO DE TRANSPORTE DA REGIÃO METROPOLITANA SEUS USUÁRIOS

Mais uma vez, a coleguinha Roberta Soares, do Jornal do Commercio, especializada em trânsito e transporte público, volta ao tema do abandono em que se encontra o sistema de transporte público no nosso Estado. Foi no dia 19 de março, consagrado a São José e quando o nordestino planta milho para o São João e acredita que, se chover nessa data, o inverno vai ser bom. “Eu prantei meu mio todo no dia de São José. / Se me ajuda a Providência, / vamo tê mio a grané. / Pelos caico eu vou cuiê vinte espiga em cada pé”, cantava Luiz Gonzaga.
Mesmo que haja um bom inverno este ano, coisa que está rareando com as agressões do bicho homem ao meio ambiente, os passageiros de ônibus do Recife e do Estado vão continuar viajando com medo. Segundo levantamento feito pelo Instituto de Pesquisas Uninassau sobre o transporte por ônibus na Região Metropolitana, a opinião dos usuários é que se trata de algo péssimo, caro e perigoso. Péssimo com ônibus sucateados e insuficientes, além de motoristas mal preparados. Caro porque o valor das tarifas não condiz com o serviço oferecido. E perigoso porque motoristas, cobradores e passageiros estão sujeitos a constantes assaltos, que não excluem mortes, em qualquer horário.
Prossigo com base na reportagem de Roberta Soares. Das 624 pessoas ouvidas pela pesquisa, em seis terminais integrados do Grande Recife, 75,6% afirmaram ter medo de andar de ônibus devido à falta de segurança. Segundo o Sindicato dos Rodoviários, só este ano foram 821 ocorrências até o dia 13 de março. “Nós passageiros estamos sós”, desabafa uma vítima, a analista de internet Suzana Almeida. O medo é permanente de novas investidas.
Outro dado da pesquisa é que, para os usuários, o Governo do Estado é responsável pela situação (Secretaria de Defesa Social, Polícia Militar e Grande Recife Consórcio de Transportes). “O Governo do Estado perdeu a luta para a violência. Ninguém se importa mais com as pessoas que usam o transporte público”, desabafou um pai que perdeu a filha em assalto, Suany Muniz Rodrigues, executada aos 33 anos em 2013 na BR-101 Sul.
O Governo tem uma explicação esdrúxula em sua defesa. Diz que está reagindo à violência no transporte público. Mas, mais do que a violência real, a pesquisa revela que os passageiros de ônibus sofrem mesmo é com sensação de insegurança. Pronto, disse. É só uma sensação. É por isso que os anarquistas espanhóis diziam outrora: Hay gobierno? Soy contra.


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