quinta-feira, 2 de março de 2017

LIQUIDAÇÃO DO PAÍS TEM PRESSA, POIS GOLPE PODE CAIR

A liquidação do Brasil prossegue rápido, pois os golpistas sabem que não vão durar muito. E o recurso a MPs (as tais medidas provisórias) ajuda muito. A MP existe até em democracias mais buriladas, mas só pode ser usada em casos de extrema urgência, de recesso do Congresso. Aqui servem para tudo, até para Fernando 1º (Collor) confiscar as poupanças dos brasileiros.
Temer, o ilegítimo, não poderia ignorá-las no desgoverno que faz. A da vez é uma MP para liberar irrestritamente a venda de terras a estrangeiros. Febre semelhante atacou o país aí por 1967-68, no regime militar. Eu trabalhava nos Cadernos Especiais da Folha de S. Paulo e fiz algumas reportagens sobre o tema. Militares nacionalistas conseguiram impedir o avanço, que se baseava em estudos do Hudson Institute, um thinktank, como os estadunidenses chamam, que tinha o olho na Amazônia. Hoje, além dessa MP, cogita-se outra para entregar aos EUA a base de Alcântara. Recordemos que, há uns 15 anos, houve ali uma explosão suspeita que matou vários cientistas espaciais brasileiros. Nunca se apurou nada.
Como sempre, o desgoverno age sem dar chance de debate e de argumentação contrária. A Advocacia Geral da União (AGU) já elaborou o texto da MP, que pode ganhar força de lei imediatamente, só com a sanção do golpista. Ele só não o fez ainda porque, como lá nos longínquos anos 1960, há resistência de militares que se pautam pelos interesses nacionais. O objetivo de Temer, Padilha (há quem o chame de Quadrilha) e demais golpistas é abiscoitar capitais estrangeiros rapidamente, para tentar melhorar a economia nacional. Embora estejam difíceis tais investimentos, pois o desgoverno não tem legitimidade nem merece confiança. No ano passado, ano da imensa conquista pseudodemocrática do impeachment, a atividade econômica no Brasil teve queda de 4,34%.
Pela proposta da AGU, o próprio presidente golpista pode definir o tamanho máximo das extensões de terras que empresas de outros países poderão comprar. O texto também não impõe limites à soma de áreas rurais que uma empresa brasileira controlada por estrangeiros, direta ou indiretamente, pode adquirir em um mesmo município.

Para os militares, em primeiro lugar está a política nacional de defesa, sobretudo as diretrizes que regem a necessidade de o país dispor de meios com capacidade de exercer controle do seu território. Até a Rede Globo está tomando distância de Temer e do seu desgoverno.

Nenhum comentário: