Amigas e amigos me desculpem, mas a assim
dita “privataria tucana” não me larga; ou não nos larga. O culpado é Fernando
2º (FHC), que há pouco saiu do armário golpista. Resultado, pulei uma postagem.
Estão se completando 60 anos da assinatura do
Tratado de Roma, que criou a Comunidade Econômica Europeia (CEE) em 1957. O
tempo que eu passei estudando na Europa, que começou em 1952 e terminou em
1957, foi fértil em iniciativas generosas para por fim às guerras intermináveis
que, durante séculos, dilaceraram países que deveriam ser unidos ao menos em
nome de Jesus Cristo. Como uma espécie de adendo, foi firmado também, naquele
ano e na capital italiana, o tratado da Comunidade Europeia de Energia Atômica
(Euratom). Davam sequência ao Benelux, uma primeira união alfandegária entre
Bélgica, Holanda e Luxemburgo, e à chamada Europa dos Seis, o Mercado Comum
Europeu (MCE), que uniu Alemanha, França, Itália, e mais aqueles outros três
pequenos países.
Havia um desejo de unir a Europa e o mundo e
acabar com as guerras. O que não se concretizou, pois os tadinhos dos fabricantes
de armas estavam no prejuízo e pressionaram os Estados Unidos para começar tudo
de novo na Coreia, dentro do quadro da Guerra Fria. Era a 3ª Guerra Mundial que
se iniciava, somente cinco anos depois do massacre terrorista de Hiroshima e
Nagasaki e da rendição da Alemanha nazista. Dura até hoje. A própria Europa
conheceu de novo os horrores da guerra, depois da desintegração da antiga
Iugoslávia.
E agora, depois que aqueles ideais de paz
levaram a CEE a transformar-se em uma união mais sólida e plena na União Europeia
e na Zona do Euro, o que se vê é um movimento de marcha à ré.
Não faz tempo, o presidente do Eurogrupo,
Jeroen Dijsselbloem, em entrevista, deu um coice nos membros mais pobres da UE:
“Na crise do euro, os países do norte têm mostrado solidariedade com os
afetados por ela. [...] Mas quem a solicita tem obrigações. Não se pode gastar
todo o dinheiro em bebidas e mulheres e, em seguida, pedir para ser ajudado”. Pode?
Para o grosso holandês, as mulheres da Grécia, Itália, Portugal estariam ali
disponíveis? Para o primeiro-ministro português Antônio Costa, essas
declarações denotam racismo, sexismo, xenofobia.
Para completar a “desunião europeia”, o Reino
Unido decide em plebiscito separar-se do bloco, abrindo um precedente que pode
levar a outras defecções. Sempre que trato de certas atitudes de governos e
povos europeus, me vem à lembrança o modo como eles trataram o Oriente e suas
colônias em geral, desde as Cruzadas. Com a imprensa, rádio TV, novas mídias,
os povos oprimidos foram levantando a cabeça, chegando hoje a empregar os
extremos do terrorismo para atacar o Ocidente. Não esqueçamos o terrorismo das
Cruzadas, da colonização. O terrorismo do Ocidente não justifica o terrorismo
do Oriente, mas nos leva e obriga a algumas reflexões.
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