sábado, 1 de abril de 2017

UNIÃO EUROPEIA PERDE IMPULSO E MOTIVAÇÃO DOS ANOS 1950

Amigas e amigos me desculpem, mas a assim dita “privataria tucana” não me larga; ou não nos larga. O culpado é Fernando 2º (FHC), que há pouco saiu do armário golpista. Resultado, pulei uma postagem.
Estão se completando 60 anos da assinatura do Tratado de Roma, que criou a Comunidade Econômica Europeia (CEE) em 1957. O tempo que eu passei estudando na Europa, que começou em 1952 e terminou em 1957, foi fértil em iniciativas generosas para por fim às guerras intermináveis que, durante séculos, dilaceraram países que deveriam ser unidos ao menos em nome de Jesus Cristo. Como uma espécie de adendo, foi firmado também, naquele ano e na capital italiana, o tratado da Comunidade Europeia de Energia Atômica (Euratom). Davam sequência ao Benelux, uma primeira união alfandegária entre Bélgica, Holanda e Luxemburgo, e à chamada Europa dos Seis, o Mercado Comum Europeu (MCE), que uniu Alemanha, França, Itália, e mais aqueles outros três pequenos países.
Havia um desejo de unir a Europa e o mundo e acabar com as guerras. O que não se concretizou, pois os tadinhos dos fabricantes de armas estavam no prejuízo e pressionaram os Estados Unidos para começar tudo de novo na Coreia, dentro do quadro da Guerra Fria. Era a 3ª Guerra Mundial que se iniciava, somente cinco anos depois do massacre terrorista de Hiroshima e Nagasaki e da rendição da Alemanha nazista. Dura até hoje. A própria Europa conheceu de novo os horrores da guerra, depois da desintegração da antiga Iugoslávia.
E agora, depois que aqueles ideais de paz levaram a CEE a transformar-se em uma união mais sólida e plena na União Europeia e na Zona do Euro, o que se vê é um movimento de marcha à ré.
Não faz tempo, o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, em entrevista, deu um coice nos membros mais pobres da UE: “Na crise do euro, os países do norte têm mostrado solidariedade com os afetados por ela. [...] Mas quem a solicita tem obrigações. Não se pode gastar todo o dinheiro em bebidas e mulheres e, em seguida, pedir para ser ajudado”. Pode? Para o grosso holandês, as mulheres da Grécia, Itália, Portugal estariam ali disponíveis? Para o primeiro-ministro português Antônio Costa, essas declarações denotam racismo, sexismo, xenofobia.

Para completar a “desunião europeia”, o Reino Unido decide em plebiscito separar-se do bloco, abrindo um precedente que pode levar a outras defecções. Sempre que trato de certas atitudes de governos e povos europeus, me vem à lembrança o modo como eles trataram o Oriente e suas colônias em geral, desde as Cruzadas. Com a imprensa, rádio TV, novas mídias, os povos oprimidos foram levantando a cabeça, chegando hoje a empregar os extremos do terrorismo para atacar o Ocidente. Não esqueçamos o terrorismo das Cruzadas, da colonização. O terrorismo do Ocidente não justifica o terrorismo do Oriente, mas nos leva e obriga a algumas reflexões.

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