Desta vez, tudo indica que, conforme as
expressões populares, ... virou boné; ou não façam onda. O ministro Facchin
abriu as estribarias de Áugias do tão cândido Congresso Nacional e outros
poderes. Se tudo corresponder à verdade e não for apenas a obrigação de delatar
(seja fato ou versão) imposta aos seus réus pelo juiz Moro, a cleptomania e a
cleptocracia terão virado instituição. Lembro sempre que o novo estilo de golpe
é sorrateiro; querendo fazer de conta que é democracia.
Vou aguardar um pouco para fazer um
comentário mais articulado a respeito. Por enquanto, lembro aquele feeling que
já expus de que o pessoal da luta armada acostumou-se a assaltar bancos e
desapropriar cofres indevidamente repletos, com a finalidade de financiar armas
e ações. Às vezes espetaculares, como o sequestro do embaixador americano Burke
Elbrick.
Com a volta à relativa democracia de Sarney e
Fernando 1º (Collor), “quem brincava de princesa acostumou na fantasia” (para
citar Chico). E, quando remanescentes dos guerrilheiros chegaram ao poder, na
onda lulista, acharam que poderiam prosseguir na expropriação dos burgueses,
mesmo sem nenhuma revolução socialista. Aí vieram os mensalões e similares, o
aparelhamento das empresas públicas (que não era novidade), o quase desmonte da
Petrobras. Se este se consumar, não terá sido obra somente da subserviência de
Michel Temer e da direitona brasileira aos interesses do Tio Sam e cupinchas.
Terá sido também pelo costume daquelas desapropriações adquirido na ditadura.
Lula tentou segurar os seus aloprados. Mas
era aloprado demais no caminho e ele também foi se adaptando à malandragem da
política. O que saiu de controle, no caso da Petrobras e outros, é velha
prática em Pau Brasil. Para ficarmos em tempos mais recentes, meu falecido
amigo Samuel Wainer, com quem trabalhei quando ele já estava no ocaso pós-golpe,
escreveu sobre o tema Falou dos governos de Getúlio (1950-54) e Jango (1961-64),
cujas entranhas conhecia. O golpe civil-militar que viria moralizar o país deu
no que deu. Jânio de Freitas (Folha de S. Paulo) publicou anúncios cifrados nos
jornais dando previamente o resultado de licitações. Tudo confirmado depois; as
empreiteiras vencedoras, a repartição do butim com supostas concorrentes.
Bem. Agora vou atender a observação do
escritor e jornalista Hugo Vaz. Meu último artigo no Jornal do Commercio (dia 1º de abril) se refere à Baía da Traição
(PB) e sua origem toponímica. Refiro-me à versão que sempre soube de que os
lusos assim a chamaram por ser domínio dos aguerridos potiguaras, amigos dos
franceses, com os quais faziam negócios.
Hugo Vaz fala de outras duas versões para
topônimo. Uma segundo a qual franceses teriam deixado morrer um marujo que
caíra ao mar. Isso na Guerra da Lagosta, aí pelos anos 1970, quando a Baía da
Traição já tinha essa denominação. Outra versão fala de traição aos holandeses,
no século17. Mas os potiguaras sempre se deram bem com os batavos.
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