A ruptura institucional que nos foi imposta
pela Casa-Grande e os interesses estadunidenses ainda vai durar, parece, e seus
danos se acumulam. Sem votos e também sem precisar da preciosa ajuda dos
militares insubmissos a serviço do bondoso Tio Sam, nos foi imposta uma marcha
à ré de volta às “banana republics”. Essa expressão se originou nos pequenos
países da América Central e Caribe onde a companhia americana United Fruit se estabeleceu
para explorar nativos e corromper governos, com lucros exorbitantes. Era o
início de um lucrativo negócio, a bananização econômica, só detida em Cuba com
a Revolução.
O primeiro ato da bananização política foi o
sangrento golpe contra o governo constitucional da Guatemala, de Jacobo Arbenz,
tramado e patrocinado pela CIA em 1954, quando o presidente dos EUA era o
brilhante (na guerra) general Dwight Eisenhower, responsável pelo Dia D, o
desembarque dos aliados na Normandia, e a vitória final contra os nazistas. Sem
esquecer a indispensável contribuição do Exército Vermelho, e 30 milhões de
mortos militares e civis, cinco vezes o morticínio do Holocausto contra os judeus.
O figurino golpista é novo, os objetivos os
de sempre: manter sob controle o quintal dos Estados Unidos. Testado com êxito
em Honduras, Paraguai e Brasil. Aquele país centro-americano é hoje é uma
vitrine de ausência democrática (povos morenos, para Washington, não têm
direito a democracia, coisa de branco) e crime organizado em alta.
Na Venezuela bolivariana fundada por Hugo
Chávez (termo que substitui o comunista de antigamente nas fantasias
direitistas), sucedem-se golpes e contragolpes. Chávez não teve o cuidado de
preparar um sucessor à altura dele e o presidente Maduro se mostra imaturo e
despreparado. Diz até que tem visões, o que em nada ajuda na concretização dos
ideais do libertador Simón Bolívar. Faz 15 anos, um golpe direitista (eles
sempre ruins de voto) afastou Chávez por uns dois dias. Voltou logo nos braços
do povo e teve oportunidade de consolidar relativamente seu socialismo do
século 20. A direita inconformada provoca manifestações e a situação é crítica
com a baixa do preço do barril de petróleo, provocada pelos EUA e Arábia
Saudita para prejudicar a Rússia e a Venezuela. A economia venezuelana se
baseia quase unicamente no petróleo.
O Equador também caminha com dificuldade pela
senda bolivariana. Dos países americanos que seguiam por um caminho mais à
esquerda e conforme os interesses populares, praticamente só a Bolívia teve
êxito na promulgação de uma Constituição avançada e em um governo que busca
pô-la em prática.
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