quarta-feira, 19 de abril de 2017

MARCHA À RÉ DE VOLTA ÀS “BANANA REPUBLICS”. É A BANANIZAÇÃO ECONÔMICA E POLÍTICA

A ruptura institucional que nos foi imposta pela Casa-Grande e os interesses estadunidenses ainda vai durar, parece, e seus danos se acumulam. Sem votos e também sem precisar da preciosa ajuda dos militares insubmissos a serviço do bondoso Tio Sam, nos foi imposta uma marcha à ré de volta às “banana republics”. Essa expressão se originou nos pequenos países da América Central e Caribe onde a companhia americana United Fruit se estabeleceu para explorar nativos e corromper governos, com lucros exorbitantes. Era o início de um lucrativo negócio, a bananização econômica, só detida em Cuba com a Revolução.
O primeiro ato da bananização política foi o sangrento golpe contra o governo constitucional da Guatemala, de Jacobo Arbenz, tramado e patrocinado pela CIA em 1954, quando o presidente dos EUA era o brilhante (na guerra) general Dwight Eisenhower, responsável pelo Dia D, o desembarque dos aliados na Normandia, e a vitória final contra os nazistas. Sem esquecer a indispensável contribuição do Exército Vermelho, e 30 milhões de mortos militares e civis, cinco vezes o morticínio do Holocausto contra os judeus.
O figurino golpista é novo, os objetivos os de sempre: manter sob controle o quintal dos Estados Unidos. Testado com êxito em Honduras, Paraguai e Brasil. Aquele país centro-americano é hoje é uma vitrine de ausência democrática (povos morenos, para Washington, não têm direito a democracia, coisa de branco) e crime organizado em alta.
Na Venezuela bolivariana fundada por Hugo Chávez (termo que substitui o comunista de antigamente nas fantasias direitistas), sucedem-se golpes e contragolpes. Chávez não teve o cuidado de preparar um sucessor à altura dele e o presidente Maduro se mostra imaturo e despreparado. Diz até que tem visões, o que em nada ajuda na concretização dos ideais do libertador Simón Bolívar. Faz 15 anos, um golpe direitista (eles sempre ruins de voto) afastou Chávez por uns dois dias. Voltou logo nos braços do povo e teve oportunidade de consolidar relativamente seu socialismo do século 20. A direita inconformada provoca manifestações e a situação é crítica com a baixa do preço do barril de petróleo, provocada pelos EUA e Arábia Saudita para prejudicar a Rússia e a Venezuela. A economia venezuelana se baseia quase unicamente no petróleo.

O Equador também caminha com dificuldade pela senda bolivariana. Dos países americanos que seguiam por um caminho mais à esquerda e conforme os interesses populares, praticamente só a Bolívia teve êxito na promulgação de uma Constituição avançada e em um governo que busca pô-la em prática.

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