quarta-feira, 26 de abril de 2017

UM CABRA COM ESPÍRITO DE CIDADANIA, QUE NÃO ESPERA TUDO DOS GOVERNOS

Estamos todos reclamando sempre de obras paradas. Mas aguardamos tudo do Estado. Coisas assim. Daí hoje ter o prazer de me referir a uma recente reportagem de Roberta Soares em recente edição do Jornal do Commercio.
Vocês lembram aquele belo filme, O jardineiro fiel, sobre as estripulias da indústria farmacêutica em países pobres, às custas da saúde e da vida de milhares de cobaias? Coisas do capitalismo mais selvagem.
A repórter aproveitou o título para falar sobre o policial militar aposentado Aguinaldo Francisco da Costa, que adotou para cuidar o entorno de uma estação do BRT em Olinda. O local estava abandonado à própria sorte, como aqueles espaços em torno dos viadutos da Zona Oeste da capital pernambucana e tantos outros que, numa cidade civilizada, seriam enfeitados com plantas e flores. Vegetação alta e até animais mortos eram o adorno da área pública em questão.
Aguinaldo, com aguçado espírito de cidadania, começou a capinar devagarinho há três anos e não parou mais. Hoje a estação, à altura de um quartel do Exército (Artilharia de Costa), é um brinco em comparação com muitas outras estações do BRT, um jardim florido em meio a tanta ausência de urbanização. São flores, inclusive um cacto raro, mudas de árvores, inclusive três de baobá, grama aparada, lixeiras, mensagens de incentivo e de respeito à natureza.
Os agradecimentos de um motorista do BRT e de outras pessoas o incentivaram a ainda mais. Pôs até placas com os nomes das plantas. Não recebe nada pelo trabalho. E ainda se arrisca a ser proibido de mexer ali sem licença dos burocratas de plantão.
O cabra bom ainda não está satisfeito com o que já fez transformando um matagal perigoso em jardim. Segundo a repórter do JC, ele pede ajuda, pelos telefones (81) 99858-3444, 99730-4614 e 99142-5782, para transformar a área em um espaço de lazer, incluindo biblioteca aberta aos usuários do BRT e moradores do entorno.

A exemplo de Aguinaldo, não vamos ficar esperando que o Estado, a PCR façam essas coisas afirmativas. Além de não ser correto esperar tudo dos governos, embora eles tenham suas obrigações perante a sociedade, teremos de esperar sentados, “esperando um filho, pra esperar também”...

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