Estamos todos reclamando sempre de obras
paradas. Mas aguardamos tudo do Estado. Coisas assim. Daí hoje ter o prazer de
me referir a uma recente reportagem de Roberta Soares em recente edição do Jornal do Commercio.
Vocês lembram aquele belo filme, O jardineiro fiel, sobre as estripulias
da indústria farmacêutica em países pobres, às custas da saúde e da vida de
milhares de cobaias? Coisas do capitalismo mais selvagem.
A repórter aproveitou o título para falar
sobre o policial militar aposentado Aguinaldo Francisco da Costa, que adotou para
cuidar o entorno de uma estação do BRT em Olinda. O local estava abandonado à
própria sorte, como aqueles espaços em torno dos viadutos da Zona Oeste da
capital pernambucana e tantos outros que, numa cidade civilizada, seriam enfeitados
com plantas e flores. Vegetação alta e até animais mortos eram o adorno da área
pública em questão.
Aguinaldo, com aguçado espírito de cidadania,
começou a capinar devagarinho há três anos e não parou mais. Hoje a estação, à
altura de um quartel do Exército (Artilharia de Costa), é um brinco em
comparação com muitas outras estações do BRT, um jardim florido em meio a tanta
ausência de urbanização. São flores, inclusive um cacto raro, mudas de árvores,
inclusive três de baobá, grama aparada, lixeiras, mensagens de incentivo e de
respeito à natureza.
Os agradecimentos de um motorista do BRT e de
outras pessoas o incentivaram a ainda mais. Pôs até placas com os nomes das plantas.
Não recebe nada pelo trabalho. E ainda se arrisca a ser proibido de mexer ali
sem licença dos burocratas de plantão.
O cabra bom ainda não está satisfeito com o que
já fez transformando um matagal perigoso em jardim. Segundo a repórter do JC, ele pede ajuda, pelos telefones (81)
99858-3444, 99730-4614 e 99142-5782, para transformar a área em um espaço de
lazer, incluindo biblioteca aberta aos usuários do BRT e moradores do entorno.
A exemplo de Aguinaldo, não vamos ficar
esperando que o Estado, a PCR façam essas coisas afirmativas. Além de não ser
correto esperar tudo dos governos, embora eles tenham suas obrigações perante a
sociedade, teremos de esperar sentados, “esperando um filho, pra esperar também”...
Nenhum comentário:
Postar um comentário