sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

A DIREITA ESTÁ SEMPRE PREPARADA PARA DAR O BOTE. ÀS VEZES PERDE, MAS, QUANDO GANHA, JÁ CHEGA COM PROGRAMA PRONTO

É impressionante como a direita está sempre preparada para tomar e ocupar o poder, com golpe ou sem. Esses caras que estão aí sem nenhuma legitimidade, sem votos, sob a batuta de Eliseu Padilha (tem quem o chame de Eliseu Quadrilha), não assaltaram o poder só para usufruí-lo e se divertir. Sabem muito a que vieram. Em poucos meses, já conseguiram desmontar muita coisa boa construída nos últimos governos eleitos pelo povo (não estou dizendo que não tenha havido coisas más).
A Petrobras está sendo rapidamente fatiada para ser entregue a capital estrangeiro, pondo fim à brilhante campanha de “O petróleo é nosso”. Desmancharam a participação obrigatória da Petrobras no pré-sal. Venderam a Petrobras Distribuidora por um quarto do seu valor. E lá vem mais.
As grandes empreiteiras nacionais foram escolhidas para pagar os pecados de cinco séculos de corrupção endêmica. Não estou afirmando que os empresários responsáveis por tanta grossa propina não devam ser punidos. Mas, qualquer país que se preza continuaria apoiando companhias que são das melhores do mundo em diversas tecnologias. Perguntar, dizem, não ofende. Por que a República de Curitiba não indicia, julga, prende tantos figurões de direita apanhados em falcatruas (por enquanto só acusações bem fundadas), como Aécio Neves, Geraldo Alckmim, José Serra e outros tucanões de grosso bico?
E por que os trabalhadores, para cuja proteção Getúlio Vargas legou a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), vão ter que pagar em lugar daqueles que afundaram o país, especulando em vez de investir, mandando dinheiro para o exterior etc. Aposentadoria agora só quando o cabra ou a cabrita morrer.
Os golpistas não esqueceram de desmontar a TV pública em gestação. A TV Brasil perdeu bons programas, para gáudio do Grupo Globo. Só falta agora o slogan “TV Brasil, a TV do Brasil” ser abocanhado pelos irmãos Marinho.
Os bancos públicos estão em processo de desmonte e, consequentemente, o financiamento das indústrias, da economia nacional, míngua. Breve, se não houver uma reação, voltaremos a ser um país de exportação apenas agropecuária.
Vocês já pararam pra pensar como os Estados Unidos cresceram e viraram uma superpotência mundial? As primitivas colônias começaram a ser implantadas no século 17, um século depois do início da colonização do nosso país. Rapidamente prosperaram, rejeitaram a exploração da Inglaterra e, já no século seguinte, estavam independentes, com uma Constituição que dura até hoje, e não é colcha de retalhos como as nossas, e uma democracia que tem seus buracos negros, mas serve pro gasto. Para o resto do mundo, é verdade, exportam golpes e tropas que não foram chamadas. Um buraco negro, por mau exemplo: na última eleição presidencial, Dona Hilária recebeu muito mais votos populares que o Pato Donald, mas este ganhou nos colégios eleitorais. Pode? Ora, direis, eles discriminam os afrodescendentes e praticamente dizimaram seus índios. Nós também ainda discriminamos e só não acabamos com os índios porque não deu tempo. Eles se esconderam em florestas então inacessíveis e deu tempo assim de aparecer um Rondon, que começou a por fim às caçadas de indígenas.
No século 17, os holandeses haviam tornado o Recife uma das cidades mais civilizadas do mundo, livre da Inquisição e com boa convivência entre protestantes, judeus e católicos romanos. Podemos imaginar que, se Maurício de Nassau não tivesse sido obrigado a pedir o boné, porque achava cultura importante e seus patrões da Companhia das Índias só queriam lucro, nossa capital e uma boa parte do Nordeste não teriam recaído nos autos de fé da Inquisição. É bom lembrar que alguns dos judeus que não quiseram ficar aqui esperando as fogueiras se juntaram a patrícios holandeses para fundar Nova Amsterdam, hoje Nova York. Fomos, no Brasil, vítimas da decadência da Península Ibérica, isolada da Europa e forçada, por Fernando e Isabel de Castela, a adotar a Inquisição como novo Evangelho. Portugal teve de acompanhar a Espanha, por seu isolamento. Essa decadência durou até o século 20, quando caíram as ditaduras de Franco e Salazar.

Todos os países que alcançaram uma posição de destaque no mundo são nacionalistas e protegem sua economia. No Brasil, nacionalismo e proteção econômica são palavrões.

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