Além do morticínio de presos sob a guarda do
Estado, agora voltam à cena os motins de policiais militares, que, por lei, não
podem fazer greve. Arrastam-se dias e mais dias sem que nossas benditas (?) autoridades
tomem uma providência saneadora. Como elas normalmente só pensam em
politicagem, reeleição, privatização de verbas públicas, a sua obrigação de administrar
bem o Estado, a cidade, o país valem apenas nos discursos grandiloquentes e
demagógicos com que brindam a população. E agora, com um governo golpista,
evidentemente ilegítimo e com autoridade apenas para rifar, desmontar e
sucatear o nosso país, não se pode esperar nada de melhor.
Uma das últimas notícias em circulação
confirmadas dá conta de pilantragem do ministro Eliseu Padilha (braço direito
do governante golpista e brindado por supostamente más línguas com a alcunha de
Eliseu Quadrilha). Acusado de grilagem, já usou a caneta e se prepara para mais
no sentido de arrancar do Congresso (basta prometer certas benesses) mudanças na
regularização fundiária e urbana em vigor. Quadrilha, perdão, Padilha, não precisa
nem de lei, basta uma medida provisória (MP), essa excrescência usada abusivamente
desde a tal “redemocratização”. No apagar do fatídico ano de 2016, o governo
golpista publicou a MP 759, sobre regularização fundiária, créditos para a
reforma agrária e “mecanismos para aprimorar a eficiência dos procedimentos de
alienação de imóveis da União”. Vale exclamação no final entre aspas.
Segundo explica o repórter Renan Truffi, o termo
“grilagem” origina-se na antiga prática de usar grilos para “envelhecer”
documentos forjados em certos cartórios com a finalidade de coonestar a posse
de um terreno. Suspeitam alguns que o ínclito e ora indiciado Ribamar Sarney,
que se apossou da Presidência da República após a morte de Tancredo Neves, na
onda do medo de que os militares da ditadura repusessem o país em ordem unida,
sim o soba do Maranhão teria grilado praticamente o Estado todo em que imperou
por décadas.
Bem (ou melhor, mal), a MP 759 abre o caminho
para que grileiros possam regularizar terras públicas invadidas. Num momento em
que o próprio superministro Padilha estaria envolvido nessa prática, antiga e
deletéria.
Vamos pedir a Nossa Senhora do O que nos
livre para sempre de grileiros e golpistas. Será que teremos tal sorte?
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