Caras leitoras e caros leitores, estamos
concluindo com ótimo êxito uma jornada de greve geral contra um retrocesso que
atinge conquistas dos anos 30/40 do século passado, como as leis do trabalho,
que complementaram tardiamente a abolição da escravatura, e as da Previdência
Social. Com exceção dos baderneiros que costumam infiltrar-se em manifestações
populares, os participantes da greve se comportaram dignamente e pararam praticamente
o país.
Fica assim claro para os golpistas, se já não
estava, que a população, o eleitorado, os trabalhadores não aceitam o bote
sorrateiro que gente sem voto deu na nossa democracia. Sempre repito que Dilma
Roussef não era uma presidente ideal. Ela é teimosa, não se aconselhava com
quem deveria e não sabe fazer política; além de que prometeu uma coisa, na
campanha da reeleição, e estava entregando outra. Nem por isso (e não foi por
isso) poderia ter sido impedida sem base constitucional, como pretexto para que
a cambada falsamente aliada a ela pudesse executar uma política de volta à submissão
incondicional do Brasil aos interesses dos Estados Unidos. Política que teve,
mais de uma vez, hoje, a rejeição clara do eleitorado.
Sabemos que esse tipo de golpe
pseudoconstitucional constitui o novo arranjo de Washington para não permitir
que a América Latina, que sempre consideraram e continuam considerando seu
quintal, possa seguir seus próprios caminhos. Inaugurado em Honduras e aplicado
também no Paraguai, deu certo (errado!) em nossa pátria. A candidata da vez é a
Venezuela, que está dura de roer. Apesar de que Hugo Chávez, que, como Lula,
fez muito pelos interesses nacionais e populares, não soube preparar um
sucessor. Esse Maduro é muito imaturo.
A greve de hoje disse o que o povo queria
dizer. Fazer o que agora? O que eu considero o mais correto, uma vez que houve
golpe, quebra constitucional, é por o impostor pra correr (já deve ter um
apartamento lá em Miami, perto do de Joaquim Barbosa e dos irmãos Marinho da
Globo) e convocar uma Constituinte exclusiva, que seria a primeira da nossa história.
Não uma Constituinte capenga e viciada, composta por um Congresso com tantos
corruptos.
Com os presidentes do Senado e da Câmara que
temos aí, o correto é convocar eleições diretas.