terça-feira, 16 de maio de 2017

A CRISTÃ, O CRISTÃO. SÃO SANTOS OU É A BUROCRACIA VATICANA QUE OS FAZ SANTOS?

Vocês vão me perdoar, espero, mas agora, além de “privataria tucana” e outras encrencas, aparece um ataque mundial de aloprados da internet, que mete medo até em sabichões da TI. Não dá pra entender como um animal que se autodenomina racional age tão destrutivamente para minar um avanço tão assombroso quanto o da web. Mas tem coisas piores, como as guerras civis no Oriente Médio, com seus milhões de deslocados que a Europa não quer acolher, apesar do tanto que lucrou com o colonialismo; a absurda quantidade de criaturas humanas sem estudo e sem saúde; o crescente estranhamento entre governos e povos, complementado pela eleição de um bufão para a Casa Branca. Tudo enquadrado na 3ª guerra Mundial que, desde 1950 na Coreia, sustenta a indústria de armamentos.
O meu tema de hoje é a viagem do papa Francisco a Fátima para comemorar supostas aparições de Nossa Senhora e canonizar pastores que a teriam visto. Vocês sabem que eu sou cristão (prefiro cristão a católico devido à carga desta última designação), mas não me vejo na obrigação de aceitar tudo o que o Vaticano, a Cúria Romana e outras instituições que falam em nome da Igreja propõem.
(O termo católico, do grego katholikós, que significa universal, está entre as marcas da Igreja, proclamadas no Concílio de Niceia – unam, sanctam, catholicam et apostolicam ecclesiam. Está lá. Mas católico virou, na prática, a designação de um cara submetido à Corte Papal.)
Essas aparições da Virgem Maria são muito duvidosas. Creio que ela tem mais o que fazer pelos seus filhos e a Igreja. Além disso, a canonização apareceu tarde na história da Igreja, como o celibato clerical e outras imposições. A pessoa é santa ou não é, independentemente da burocracia do Vaticano. Francisco, no entanto, com toda a renovação que vem trazendo à Igreja, ainda não aposentou a canonização, precedida pelos títulos de servo de Deus e beato. Pior: além da atual canonização, ele autorizou a beatificação de 522 religiosos mortos durante a Guerra Civil espanhola (1936-39).
Por quê? Por apoiarem o fascismo em prol de uma ditadura que durou mais de 30 anos? Papas anteriores abusaram ainda mais da canonização. O papa Ratzinger (Bento 16) canonizou 498 “mártires”, religiosos, sacerdotes e alguns leigos fuzilados durante a Guerra Civil por financiarem, organizarem e estimularem o levante franquista contra a recente República. Certamente o papa alemão vê com bons olhos os regimes gêmeos de Franco, Hitler, Mussolini... Ele militou a Juventude Nazista quando adolescente. E esqueceu que muitos padres e religiosos foram mortos pelos franquistas, como 16 padres bascos fuzilados em Guipúzcoa, na mesma época, por se oporem aos fascistas. A Espanha está longe de ser um Estado laico. Bilhões de euros são dados pelo governo à Conferência dos Bispos dali. E a monarquia foi restaurada por Franco.
João Paulo 2º, o papa polonês, elevou aos altares um tal de Padre Pio de Pietrelcina (Apúlia, sul da Itália) Um papa anterior, João 23, aquele que convocou o Concílio, sabia das tramoias de Padre Pio e deixou escrito que tudo não passa de um “imenso engano”.

E a tal de infalibilidade papal onde fica?

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