terça-feira, 2 de maio de 2017

NO DESGOVERNO QUE ASSOLA O PAÍS, ÍNDIOS E POSSEIROS SÃO MASSACRADOS

Enquanto em sua visita à Bolívia, o papa Francisco (raramente um papa cristão) pedia “nenhum camponês sem terra, nenhuma família sem casa, nenhum trabalhador sem direitos”, do lado de cá da fronteira, o tempo todo, índios, caboclos, posseiros são massacrados por latifundiários/grileiros. Como ainda ontem em Viana, no Maranhão, sempre com requintes de crueldade; 13 indígenas feridos, um com as mãos decepadas. Há alguns dias, foi no norte do Mato Grosso que nove trabalhadores rurais foram mutilados e assassinados, a mando de proprietários de terras. Fica tudo por isso mesmo, principalmente agora no desgoverno de Michel Miguel. Um dos posseiros foi encontrado com um machado cravado nas costas quando jornalistas conseguiram atingir a lonjura de Taquaruçu do Norte (MT). E assim os grileiros vão avançando impunemente sobre terras indígenas e assentamentos rurais.
É uma luta longa e violenta que, sob o atual desgoverno que assola o país tende a se intensificar, sem nenhum respeito aos direitos adquiridos, como no caso dos trabalhadores em geral, que estão perdendo até o direito à aposentadoria. Enquanto Michel Miguel e seus comparsas acumulam gordas aposentadorias. Voltamos às braçadas aos tempos de Fernando 2ª (FHC), que acaba de sair do armário golpista. Os desmandos do agronegócio incluem roubo de terras, assassinatos, desmatamento ilegal, destruição ambiental, tudo “coisas de não”, como poetava João Cabral.
É a Comissão Pastoral da Terra (CPT), da Igreja Católica, que contabiliza desmandos, atrocidades. Em 2004, 185 famílias que cultivavam terras naquela área do Mato Grosso foram expulsas e a pressão continua sobre quem ficou. A impunidade faz com que latifundiários/grileiros prossigam sem temor. A polícia não age. Para a CPT, “a ação criminosa e violenta ocorrida neste domingo (30 de abril) foi planejada e articulada por fazendeiros e pistoleiros da região que, através de um texto no Whatsapp, convocaram pessoas para o ataque contra os indígenas”. Já para governantes e congressistas defensores do latifúndio e do esbulho, grileiros e pistoleiros formam uma população “ordeira e trabalhadora, que está sendo ameaçada pelos índios neste momento” (deputado Aluísio Mendes, PTN-MA).

Ou se põe fim ao golpe ou voltamos ao século 16 e às capitanias hereditárias.

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