quarta-feira, 17 de maio de 2017

ORGANISMOS GENETICAMENTE MODIFICADOS (OGM), HERBICIDAS E PESTICIDAS TERIAM QUE SER MAIS VIGIADOS PELO GOVERNO. COM O GOLPE, FICA MAIS DIFÍCIL

Duas coisas preocupam o agricultor, ou deveriam preocupar. Uma é a monocultura, que cansa o solo e inibe a agricultura de subsistência. A outra é a introdução do cultivo de transgênicos, em larga escala e sem atenção a impactos que podem causar e que ainda estão em fase de pesquisas. Quando governador do Paraná, Roberto Requião vetou a introdução ali de transgênicos, cuja sigla é OGM (organismos geneticamente modificados). Mas a multinacional Monsanto, que os produz e muito fatura com eles, tanto pressionou que Lula, quando na Presidência da República, abriu a porteira e terminou atropelando quem se opõe a tais organismos.
Além de OGM, a Monsanto produz herbicidas, pesticidas e sementes. Em suma, cerca completamente o produtor. E seu poder tornou-se praticamente monopolista pela fusão com a alemã Bayer. (Lembre-se que, no passado da Bayer, consta a fabricação do gás que exterminava judeus na Alemanha nazista.) Os Estados Unidos, matriz da Monsanto, continuam encabeçando a lista de países com plantações OGM, com quase 73 milhões de hectares em 2016. Seguem-se o Brasil (49,1 milhões de hectares), Argentina (23,8), Canadá (11,6) e Índia (10,8). Perfazem esses países 91% da superfície total de cultivos OGM. A Europa é mais cautelosa, com índices menores. A Romênia deixou de plantar OGM. Na África, o Egito e Burkina Faso também.
Entre as espécies vegetais geneticamente modificadas, a soja pontifica com o equivalente à metade da superfície mundial de OGM. A ONG Grain enumera fatos negativos em relação ao avanço das OGMs: “Milhões de agricultores deslocados, camponeses assassinados porque defenderam suas terras contra a monocultura industrial de soja, milhões de hectares de floresta destruídos no Brasil e o desenvolvimento sem limites da pecuária que alimenta as mudanças climáticas, sem falar dos cânceres relacionados com o uso maciço de herbicidas, pesticidas”.
A soja, no Brasil, está avançando do Cerrado para o Pantanal, que já perdeu, até o ano passado, 15,7% da sua área de vegetação nativa, um Sergipe inteiro. Notam-se consequências como modificações nas nascentes dos rios que levam ao assoreamento, inundações maiores que o habitual; como observa Filipe Dias, diretor executivo do Instituto SOS Pantanal.

Leve-se, além de tudo isso, em conta doenças provocadas pelos herbicidas, pesticidas da multinacional, pela própria extensão da sua aplicação e pelo manuseio por trabalhadores despreparados. Extraí dados para esta postagem das agências de notícias AFP e Estado.

Nenhum comentário: