Impressionante como governos se sucedem só
fazendo política, sem nenhuma bola para uma razoável administração. Essa nova
enchente que assola barbaramente a Mata Sul do nosso Estado é uma autêntica tragédia
anunciada. Alguns anos atrás, a avalanche d’água invadiu milhares de casas em
vários municípios, prejudicou muita gente que já tem pouco e perdeu tudo. O
governo de então (todos agem assim) foi rápido em prometer barragens que evitariam
novas cheias e novos prejuízos. Passou o tempo e a promessa foi esquecida. Saiu
só uma das creio que sete prometidas. Sem ela, os prejuízos atuais ainda seriam
maiores.
Com medo de ir parar na Papuda,
Michel-Miguel, o golpista, apressou-se em visitar Maceió e a Mata Sul
pernambucana, prometendo, mais uma vez, liberar dinheiro para as tais barragens
de contenção, que servirão (quem sabe, um belo dia?) também para abastecimento
de uma vasta área. Além da politicagem costumeira (que, repito mais uma vez, só
acabará quando tivermos uma Constituinte exclusiva), tem ainda a privatização
incrível de verbas públicas. Os caras são insaciáveis nessa apropriação.
Basta lembrar o caso do ex-governador do Rio,
Sérgio Cabral (que não puxou ao honrado pai, que tem o mesmo nome). Todo dia
aparecem mais joias etc. acumuladas por ele. Não sabem parar. Ribamar Sarney foi
soba do Maranhão por uns 50 anos; e ainda pensa em emplacar de novo a filhinha
Roseana. ACM mandou e desmandou na Bahia por longo tempo. Assim não tem país
que aguente. E, como vimos, não se concretizam as obras necessárias. Que o
povão fique cada dia mais miserável. Enfim, estamos (ou não?) em um sistema
capitalista. Pergunto “ou não?” porque o nosso capitalismo é muito peculiar. Se
o sistema é para servir à burguesia e sobrando um pouco para a pequena
burguesia, aqui entre nós ele se torna totalmente selvagem. A mais-valia não
tem limite e o povão que siga a máxima “quem não pode viver morre”.
Vida maravilhosa. Como mostra outro tema que
abordo hoje rapidamente. A Anvisa, agência que cuida da “vigilância sanitária”,
liberou patas de baratas nos alimentos que consumimos. Temos direito a 225
fragmentos de insetos em cada 225 gramas de biscoitos; 60 fragmentos de insetos
em cada 25 gramas de café torrado e moído; um fragmento de pelo de rato a cada
100 gramas e dez fragmentos de insetos a cada 100 gramas de molho e extrato de
tomate e similares. E tem mais coisas assim gostosas a que temos direito. Além
disso, sabemos que tais órgãos não são assim tão vigilantes.
Isso nos faz lembrar o grande Stanislaw Ponte
Preta, que, ao saber que cada carioca tinha direito a quatro ratos (algo
assim), exigiu logo: quero meus quatro ratos...
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