Nós contribuintes pernambucanos, muito mal
servidos, ainda sustentamos penduricalhos que nossos ínclitos representantes
não cansam de acrescentar a seus privilégios. Agora mesmo, quando o ilegítimo
governo do golpista Michel-Miguel se empenha em cortar legítimos direitos
trabalhistas e previdenciários da população, que vêm desde a assim chamada Era
Vargas (quando se completou a abolição da escravatura), contribuintes auxiliam
na complementação da Previdência de deputados e seus funcionários de estimação,
os comissionados.
A Assembleia Legislativa repassa dinheiro
público para ajudar a bancar um fundo previdenciário complementar à
aposentadoria de suas excelências e gente próxima. Isso vem desde 2010 e já
soma R$14.499.806,72 (portal Tome Conta do Tribunal de Contas do Estado). Assim
não adianta tomar conta. E não é só. A União aplica o mesmo modelo para seus
servidores.
E por que as ilustres excelências não pagam
INSS como nós mortais? Em países civilizados, parlamentares não usam seu
mandato como emprego. E se, mesmo constrangido, o desgoverno decidisse cobrar
as dívidas de centenas de empresas para com Previdência? Constrangido, sim,
pois ele está a serviço da Casa-Grande. O que os herdeiros dos donatários devem
à Previdência daria para cobrir qualquer déficit. Mas o que o desgoverno quer
mesmo é que os ricos fiquem cada vez mais ricos e os pobres passem a ser
miseráveis na forma da lei. Afinal, o golpe tem de ter um projeto, mesmo sujo e
contrário ao que o eleitorado escolheu.
Outro tema que vou abordar e sobre o qual me
alongarei em outra oportunidade é o da regulação da mídia. Um assunto tabu para
o grande partido da burguesia, que atende pela designação da Rede Globo.
Censura, berram logo os globais. Interessante que em países com democracia mais
sólida, como Reino Unido e Estados Unidos, a mídia é regulada e ninguém reclama
ou fala em censura. Creio que em nenhum país do mundo, mesmo os mais incultos,
o mesmo grupo pode acumular tantos canais de TV, além de concessões também de
rádio, fora a mídia impressa, como o Grupo Globo.
Quando eu morei na Europa, pouco após o fim
da 2ª Guerra Mundial, países como a França, a Grã-Bretanha e a Itália só
possuíam canais públicos de TV e rádio. E de qualidade muito boa. Havia muitas
empresas públicas, acredito que por causa daquela onda de medo do comunismo e
daí implantação de um Walfare State. Nos países em que estudei, a França tinha
só a Radiodiffusion Télévision Française (RTF) e a Itália a Radio e Televisione
Italiana (RAI). Hoje há ali outros canais, privados, mas nada com o poder de
fogo, de sonegação e manipulação de informações como a Rede Globo brasileira.
Nenhum comentário:
Postar um comentário