Tenho postado alguns comentários, para minhas
amigas leitoras e amigos leitores, sobre tantas obras prometidas e não realizadas
por nossos administradores. Algumas mais caras, mas que nem por isso deveriam ser
prometidas, por pura média, sem pão nem manteiga. Outras de mais fácil execução
e que, sem a costumeira privatização do dinheiro público, já poderiam constar
entre nossos equipamentos urbanos.
Quando eu era criança li, numa daquelas
seleções de textos em que a gente começava a tomar conhecimento das letras, a
história da Cruz do Patrão. Fiquei muito impressionado, pois, na época,
acreditava-se que o local onde se ergue o monumento já fora utilizado como
cemitério de escravos. Só muito tempo depois, já adulto, e bote adulto nisso,
consegui conhecer de perto a cruz, com permissão de um fiscal do porto
camarada; pois ela fica dentro da área do Porto do Recife. O mesmo aconteceu
comigo com referência ao Farol de Olinda. Quando aluno do Seminário de Olinda,
em 1944, último ano da 2ª Guerra Mundial, antes de pegar no sono, ficava
olhando as evoluções do farol. Tinha vontade de subir ali, o que só consegui
décadas e décadas depois.
Well, como dizem os aglófonos. Já foi
prometida mais de uma vez a restauração da Cruz do Patrão, que servia de orientação
aos nautas que demandavam o Porto do Recife. O que incluiria uma área de apoio
para quem se dispusesse a passear por ali. Catamarãs levariam nativos e
turistas a conhecer o local e a foz dos rios Beberibe e Capibaribe. Daria até
para ver o que restou do Forte do Buraco, equivocadissimamente destruído para
Marinha. Em algum outro país do mundo, isso seria aceitável?
Outras promessas também aguardam execução,
como um funcionamento satisfatório da parte urbana navegável do Capibaribe, o
rio cantado por nosso grande poeta João Cabral em Morte e Vida Severina. Não param por aí as promessas sempre
adiadas, como a da urbanização da junção de Olinda e Recife, em torno da praia ironicamente
chamada de Punta del Chifre. Vamos exigir, gente!
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