segunda-feira, 19 de junho de 2017

CICLOVIAS E CICLOFAIXAS NO RECIFE ESTÃO MAIS PARA FICÇÃO. QUE NOSSA SENHORA DO BOM PARTO FAÇA OS PROJETOS NANCEREM NUMA BOA

Toda cidade civilizada organiza o fluxo do seu trânsito de automóveis, ônibus etc., a quantidade e boa qualidade do transporte público. E cuida de tudo isso como de um conjunto harmônico e interdependente. Já entre nós, trânsito, transporte público viraram um programa que nem o Zorra Total. No meio desse caos, depois de muita insistência de urbanistas e ciclistas, começaram a ser implantadas ciclovias, ciclofaixas.
Mas é claro que não basta implantá-las. Têm que ser funcionais e seguras. Numa terra em que atropelar e matar no trânsito, fazendo do seu carro uma arma, é sinal de status (isso mesmo), pois o carro particular é um prolongamento do ego do seu dono, que, em nossa cultura tão troncha, merece todo o respeito possível. Você conhece alguém preso, ou ao menos processado, por atropelar ou matar alguém com sua máquina mortífera? Aliás, a moda brasileira foi adotada por terroristas, que passaram a matar pedestres por aí. Se fosse aqui no Brasil, quem sabe, seriam absolvidos...
Reportagem de Armanda Rainheri, no Jornal do Commercio de sexta-feira, coloca com clareza os perigos enfrentados por nossos teimosos ciclistas; muitos do quais utilizam a bicicleta como um meio alternativo de transporte. O que é extremamente civilizado e praticado na Europa, Estados Unidos, Cuba e outros países, sem que o usuário se exponha a perigos maiores. Acidente é sempre possível.
As sinalizações que colocaram inicialmente aqui no Recife vão se deteriorando, apagando e não são fiscalizadas. É o costumeiro modo de “administrar” por aqui. Pedalar pelas ruas da capital causa preocupação e medo entre os usuários de bicicletas, no trabalho ou no lazer. Servem até, frequentemente, de estacionamento para motoristas mal educados. Já a CTTU afirma que faz um trabalho contínuo de vistoria, e de manutenção quando necessário.

Há um projeto de Eixo Cicloviário Estruturador, que iria (dizem) sair do Marco Zero e ir até Igarassu. Em cinco etapas, somaria cerca de 30 quilômetros de rotas para ciclistas. Vamos rezar a Nossa Senhora do Bom Parto para que tudo seja dado à luz numa boa. Inspiremo-nos na Holanda, país plano onde as bicicletas imperam. Até a rainha anda de bicicleta.

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