Toda cidade civilizada organiza o fluxo do
seu trânsito de automóveis, ônibus etc., a quantidade e boa qualidade do
transporte público. E cuida de tudo isso como de um conjunto harmônico e
interdependente. Já entre nós, trânsito, transporte público viraram um programa
que nem o Zorra Total. No meio desse caos, depois de muita insistência de
urbanistas e ciclistas, começaram a ser implantadas ciclovias, ciclofaixas.
Mas é claro que não basta implantá-las. Têm
que ser funcionais e seguras. Numa terra em que atropelar e matar no trânsito,
fazendo do seu carro uma arma, é sinal de status (isso mesmo), pois o carro
particular é um prolongamento do ego do seu dono, que, em nossa cultura tão
troncha, merece todo o respeito possível. Você conhece alguém preso, ou ao
menos processado, por atropelar ou matar alguém com sua máquina mortífera?
Aliás, a moda brasileira foi adotada por terroristas, que passaram a matar
pedestres por aí. Se fosse aqui no Brasil, quem sabe, seriam absolvidos...
Reportagem de Armanda Rainheri, no Jornal do Commercio de sexta-feira,
coloca com clareza os perigos enfrentados por nossos teimosos ciclistas; muitos
do quais utilizam a bicicleta como um meio alternativo de transporte. O que é
extremamente civilizado e praticado na Europa, Estados Unidos, Cuba e outros
países, sem que o usuário se exponha a perigos maiores. Acidente é sempre
possível.
As sinalizações que colocaram inicialmente
aqui no Recife vão se deteriorando, apagando e não são fiscalizadas. É o
costumeiro modo de “administrar” por aqui. Pedalar pelas ruas da capital causa
preocupação e medo entre os usuários de bicicletas, no trabalho ou no lazer.
Servem até, frequentemente, de estacionamento para motoristas mal educados. Já
a CTTU afirma que faz um trabalho contínuo de vistoria, e de manutenção quando
necessário.
Há um projeto de Eixo Cicloviário
Estruturador, que iria (dizem) sair do Marco Zero e ir até Igarassu. Em cinco
etapas, somaria cerca de 30 quilômetros de rotas para ciclistas. Vamos rezar a
Nossa Senhora do Bom Parto para que tudo seja dado à luz numa boa.
Inspiremo-nos na Holanda, país plano onde as bicicletas imperam. Até a rainha
anda de bicicleta.
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