O desmonte de uma tentativa de projeto nacional continua a toda no
desgoverno Michel-Miguel. Esse pessoal tem pressa porque sabe que não tem votos
nem perspectiva. Agora atacam a Amazônia e querem entregar tudo. Se der tempo. Eta
coiotes da pátria!
Quando eu trabalhava na Folha de S. Paulo, no final dos anos 1960, os estadunidenses também
estavam de olho em terras no Brasil e olho grande na Amazônia. Escrevi uns
artigos a respeito nos Cadernos Especiais desse jornal. Havia até a cooperação
do Instituto Hudson, o que eles chamam de thinktank. Mas os governos militares ainda
tinham alguns laivos de nacionalismo (os desgovernantes atuais não têm nada),
apesar de deverem sua existência à aberta interferência de Washington no
Brasil. Só não precisou intervenção militar porque Jango não quis resistir,
apesar de ter uma aprovação muito alta em pesquisas que ficaram ocultas.
Aí veio a assim dita redemocratização, com
criaturas tipo Ribamar Sarney, Fernando 1º (Collor), Fernando 2º (FHC),
privataria (não simples privatização, admissível em empresas públicas não
estratégicas) e, afinal, os governos liderados pelo PT que, bem ou mal, tinham
um projeto nacional herdado de Getúlio.
Com o golpe do impedimento e a posse do ilegítimo
Michel-Miguel, estava na hora, creem eles, de lotear a Amazônia. E o estão
fazendo com afinco O World Wide Fund for Nature (WWF) alerta que nossas florestas
e parques nacionais poderão perder, com o afã apátrida, uma área de cerca 80 mil
km2, uns 10% do território preservado. Os setores ruralista, madeireiro e
minerador terão como prosperar com as bênçãos dos ocupantes ilegítimos do
poder, que estão diminuindo o tamanho ou o status de proteção de unidades de
conservação, que terminarão sendo apenas APAs (áreas de proteção ambiental) em
que vigilância e exigências são bem menores que em parques nacionais e similares.
Tem aí umas medidas provisórias (MPs 756 e
758) que ampliam as possibilidades de exploração econômica em vastas áreas da
Amazônia. Note-se que, desde Ribamar Sarney, as MPs se transformaram de medidas
de grande urgência em caprichos de mandantes de plantão. Há florestas nacionais
que tiveram sua extensão cortada pela metade. O Parque Nacional de São Joaquim
(SC) perdeu 10 mil hectares. O Pará, recordista em devastação, já perdeu 3.025
km2 de cobertura vegetal. E sabemos que a multissecular Floresta Amazônica
original não se recupera.
O Programa Nacional de Reforma Agrária também
está em perigo com a MP 759, que equipara posseiros, assentados e grileiros.
Mensagem: o crime compensa; vamos invadir as terras públicas. Sabemos que nossa
minizinha reforma agrária é capenga, pois 80% dos assentamentos não possuem
infraestrutura para escoamento da produção nem fácil acesso ao crédito.
Há ainda o objetivo de vender terras rurais a
estrangeiros, que já são donos de 2,81 milhões de hectares. O que nos remete
aos anos 1960 de que falei e a um certo nacionalismo dos militares então no
poder.
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