segunda-feira, 29 de maio de 2017

O NEGÓCIO DOS GOLPISTAS É ALIENAR TERRAS RURAIS A ESTRANGEIROS, TRAVAR A REFORMA AGRÁRIA E ENCURTAR FLORESTAS E PARQUES NACIONAIS

O desmonte de uma tentativa de projeto nacional continua a toda no desgoverno Michel-Miguel. Esse pessoal tem pressa porque sabe que não tem votos nem perspectiva. Agora atacam a Amazônia e querem entregar tudo. Se der tempo. Eta coiotes da pátria!
Quando eu trabalhava na Folha de S. Paulo, no final dos anos 1960, os estadunidenses também estavam de olho em terras no Brasil e olho grande na Amazônia. Escrevi uns artigos a respeito nos Cadernos Especiais desse jornal. Havia até a cooperação do Instituto Hudson, o que eles chamam de thinktank. Mas os governos militares ainda tinham alguns laivos de nacionalismo (os desgovernantes atuais não têm nada), apesar de deverem sua existência à aberta interferência de Washington no Brasil. Só não precisou intervenção militar porque Jango não quis resistir, apesar de ter uma aprovação muito alta em pesquisas que ficaram ocultas.
Aí veio a assim dita redemocratização, com criaturas tipo Ribamar Sarney, Fernando 1º (Collor), Fernando 2º (FHC), privataria (não simples privatização, admissível em empresas públicas não estratégicas) e, afinal, os governos liderados pelo PT que, bem ou mal, tinham um projeto nacional herdado de Getúlio.
Com o golpe do impedimento e a posse do ilegítimo Michel-Miguel, estava na hora, creem eles, de lotear a Amazônia. E o estão fazendo com afinco O World Wide Fund for Nature (WWF) alerta que nossas florestas e parques nacionais poderão perder, com o afã apátrida, uma área de cerca 80 mil km2, uns 10% do território preservado. Os setores ruralista, madeireiro e minerador terão como prosperar com as bênçãos dos ocupantes ilegítimos do poder, que estão diminuindo o tamanho ou o status de proteção de unidades de conservação, que terminarão sendo apenas APAs (áreas de proteção ambiental) em que vigilância e exigências são bem menores que em parques nacionais e similares.
Tem aí umas medidas provisórias (MPs 756 e 758) que ampliam as possibilidades de exploração econômica em vastas áreas da Amazônia. Note-se que, desde Ribamar Sarney, as MPs se transformaram de medidas de grande urgência em caprichos de mandantes de plantão. Há florestas nacionais que tiveram sua extensão cortada pela metade. O Parque Nacional de São Joaquim (SC) perdeu 10 mil hectares. O Pará, recordista em devastação, já perdeu 3.025 km2 de cobertura vegetal. E sabemos que a multissecular Floresta Amazônica original não se recupera.
O Programa Nacional de Reforma Agrária também está em perigo com a MP 759, que equipara posseiros, assentados e grileiros. Mensagem: o crime compensa; vamos invadir as terras públicas. Sabemos que nossa minizinha reforma agrária é capenga, pois 80% dos assentamentos não possuem infraestrutura para escoamento da produção nem fácil acesso ao crédito.

Há ainda o objetivo de vender terras rurais a estrangeiros, que já são donos de 2,81 milhões de hectares. O que nos remete aos anos 1960 de que falei e a um certo nacionalismo dos militares então no poder.

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