O ínclito ministro do SFT Gilmar Mendes, que
faz plantão para dar habeas corpus e comanda vastos negócios, afirmou, não faz
muito, que a Justiça brasileira é um “manicômio judiciário”. Pronto, falou. O
cabra é homem de negócios, briga feio com os pares e, ao mesmo tempo, integra
uma corte que deveria pairar acima da política e dos negócios, garantindo a
aplicação da Constituição e dirimindo questões que nunca poderiam ser, por
exemplo, a disputa por campeonato nacional entre Flamengo e Sport. Assim já é
entrar no perigoso terreno da galhofa, como diria Stanislaw Ponte Preta. Ou do
manicômio, como prefere Gilmar.
Se preferirem picadeiro, temos o caso, por
exemplo, de um juiz que tentou fechar o Instituto Lula. Trata-se de Ricardo
Augusto Soares Leite, da 10ª Vara Federal de Brasília, que viu naquela
instituição indícios (sempre os indícios, que são o que embasa a Lava-Jato) de
que instalações dela podem ter sido usadas para a prática de crimes (podem...).
Ele diz que o próprio ex-presidente admitiu o uso do local para reuniões dos
mais diversos temas. Teria Lula que pedir autorização ao juiz de picadeiro para
se reunir com quem quiser? Já o desembargador Néviton Guedes (do TRF-1) desmontou
o picadeiro ao derrubar a decisão do juiz. Ressaltou a ilegitimidade das “provas”
apresentadas.
O apressadinho juiz Leite, êmulo do juiz
Moro, há cerca de dois anos, foi investigado pela Corregedoria da Justiça
Federal por conta de suas ações à frente da Operação Zelotes. Segundo
investigadores da operação, o magistrado barrou vários pedidos de prisão
preventiva solicitados pela Polícia Federal e paralisou interceptações
telefônicas quando as diligências caminhavam para comprovar crimes praticados
por altos funcionários de bancos. Acabou afastado do processo.
Eta juiz imparcial! Se as corregedorias não
agirem rápida e energicamente, aonde vai a nossa Justiça?
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