Em 1984, no ocaso da ditadura de 21 anos com
generais-ditadores eleitos por um Congresso encabrestado, como se presidentes
fossem, houve uma proposta de Diretas Já do deputado Dante de Oliveira. Perdeu
por dois votos, numa reação comandada por Ribamar Sarney, que abiscoitaria
fraudulentamente a Presidência com o falecimento de Tancredo Neves, este um
cabra sempre imunizado contra golpes, tendo apoiado, por exemplo, Getúlio em
1954 e Jango em 1964. Com medo de que os generais voltassem ao Planalto, os congressistas,
habituados ao cabresto, sacramentaram o soba do Maranhão.
Estamos novamente diante de Diretas Já, pois,
embora não estejam previstas, acredito que, desde a ruptura da Constituição com
o impedimento sem motivo de Dilma, vivemos sob golpe. E é preciso rompê-lo. Esse
Congresso aí, desmoralizado por todo tipo de escândalo e roubalheira, sem
representatividade, vai eleger quem? Fernando 2º (FHC), para completar a obra
da privataria e do desmantelamento da CLT e da Previdência, Alckmin (o Santo),
Serra, quem? Certamente um ajuntamento de profiteurs como esse não vai escolher
um presidente que continue as políticas sociais e de autonomia inauguradas por
Lula.
Estamos precisando de uma Revolução dos
Cravos que faça do Brasil um imenso Portugal, como cantou Chico naquela época.
Precisamos de uma “vila morena” (Grândola, uma aldeia do Alentejo) e muitos
cravos. Recordemos a senha para a Revolução, uma canção proibida pela censura
salazarista e que, numa bela manhã, começou a ser tocada abertamente pior uma
rádio lisboeta:
“Grândola, vila morena, terra da
fraternidade, o povo é que mais ordena dentro de ti, ó cidade. Em cada esquina,
um amigo, em cada rosto, igualdade. Grândola, vila morena, terra da
fraternidade”.
Naquele tempo, eu morava no Rio, ainda Estado
da Guanabara, forçado a fundir-se com o Estado do Rio, como qual não tinha, nem
tem, nenhuma afinidade, pelo ditador de plantão Ernesto Geisel. Que inveja!
Sobretudo quando o colega Duda Guennes passou pela redação anunciando que se
mudava para Portugal.
O que hoje temos é um governo ilegítimo, do
qual alguns já vão se despedindo. O Ministério da Cultua perdeu o cultíssimo
Roberto Freire... Mas outro pernambucano, o grande educador Mendonça Filho,
continua no leme da Educação... Temer não dura muito. E depois? Vamos continuar
no desgoverno sem votos?
Diretas Já!
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