Os Estados Unidos (EUA) são um país realmente
extraordinário. Quando eu era criança e adolescente, a grande influência
intelectual, literária por aqui era da França. Estudava-se muito francês, tanto
que, quando cheguei lá, já falava com boa perfeição o idioma. Com a derrota da
França diante da Alemanha nazista, e a vitória final que foi sobretudo dos EUA
e da antiga União Soviética (URSS), a influência estadunidense no Brasil cresceu
muito, inclusive o idioma inglês superando a antiga influência do francês e da
cultura gaulesa. Com a morte do presidente Roosevelt, logo iniciou-se a chamada
Guerra Fria, não tão fria assim. Roosevelt pretendia conviver bem com a URSS,
afinal responsável por empurrar os alemães de volta desde Volgogrado (então
Stalingrado) até Berlim. Seu vice e sucessor, Truman, estava longe de ser o
estadista no New Deal e da superação do crash da Bolsa de Nova York (1929).
Ordenou o bombardeio atômico do Japão e começou a disputar espaços de
influência com Moscou por todo o mundo.
Uma das grandes vítimas dessa assim dita
Guerra Fria foi a América do Sul, submetida a golpes militares e ditaduras por
muitos anos, sob o pretexto do “perigo comunista” (hoje substituído pelo perigo
bolivariano). E haja contradição: democracia, eleições livres eles considerariam
coisa de branco, anglo-saxão? O Brasil amargou 21 anos de ditadura militar (1964-1985)
graças a tal política. Os EUA apoiaram golpes e ditaduras pelo mundo todo.
Enquanto a URSS também tinha seus satélites, mais ou menos explícitos.
Os EUA gostaram tanto do poder mundial que
lhes veio da 2º Guerra que, cinco anos depois de 1945, começaram a 3ª Guerra
Mundial sem fim. A indústria bélica tinha fome de lucros...
E aí chegamos à recente visita do apalhaçado
presidente Donald Trump à Arábia Saudita. Trata-se de uma das piores ditaduras
do mundo, travestida de monarquia e que financia terroristas. Nada disso
importa a Washington, que vendeu ainda mais armamento aos sauditas e levou-lhes
irrestrito apoio.
Voltemos à tão incensada democracia estadunidense.
Trump teve menos votos populares que a candidata Hillary Clinton, do Partido
Democrata; no entanto ganhou as eleições devido a uma “democrática” tradição
segundo a qual o partido que tem maioria em um Estado abiscoita todos os
votos...
Assim é “democracia” demais, gente. E tem a
grave acusação de influência russa nas eleições dos EUA, ainda não esclarecida.
Mais grave é que o vice de Trump, um tal de Pence, parece ainda pior que ele.