Acrescento hoje alguns despachos ou declarações
de eminentes figuras da ditadura de 1964-85 enaltecendo ou favorecendo a Rede
Globo. A rede, posteriormente, teve a desfaçatez (vulgarmente cara de pau) de
fazer mea culpa por sua adesão incondicional ao golpe e aos 21 anos de trevas
dos generais golpistas.
“Expus que o procedimento do Ministério das
Comunicações, durante minha gestão, pautou-se por uma política de radiodifusão
explorada pela iniciativa privada, com a televisão estruturada em redes
nacionais. Essas redes devem ser estabelecidas em torno de um pequeno núcleo de
propriedade de um grupo, as demais emissoras são a ele afiliadas.” (Golbery do
Couto em 1978)
“Devo dizer que o doutor Roberto Marinho
nunca me criou qualquer tipo de dificuldade. Eu, ministro-censor, ele diretor do
Globo, da televisão Globo, da Rede Globo, da Rádio Globo, da Rádio Mundial, da
Rádio Eldorado, ele nunca me criou dificuldade.” (Armando Falcão, ministro da
Justiça durante a ditadura, falando sobre o Jornal Nacional no documentário da
BBC Beyond Citizen Kane. Esse documentário circula clandestinamente, pois nem a
Rede Globo nem outras TVs o divulgam. Eu o vi na Sindicato dos Jornalistas de
Pernambuco)
“Sinto-me feliz todas as noites quando ligo a
televisão para assistir ao jornal. Enquanto as notícias dão conta de greves,
agitações, atentados e conflitos em várias partes do mundo, o Brasil marcha em
paz rumo ao desenvolvimento. É como se eu tomasse um tranquilizante após um dia
de trabalho.” (General-ditador Emílio Garrastazu Medici sobre o Jornal Nacional
da Globo, na fase de maior repressão da ditadura)
“No dia 13 de julho p.p., foi realizado, no
gabinete do ministro Golbery, reunião com sua presença [...] e do sr. Roberto
Marinho com dois auxiliares. O sr. Roberto Marinho, em longa exposição, mencionou
todas as atividades que realizara, não só em radiodifusão comercial, como
também em tele-educação e assistência social. Mencionou também o constante
apoio que vem dando ao governo.” (Golbery do Couto em 1978)
Essa pequena amostra indica a urgência da
regulação da mídia em concessão no Brasil, como há em qualquer país civilizado.
O que só ocorrerá se o juiz Moro largar o pé de Lula e este for reeleito.
Regulação já! Fora Temer!
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