segunda-feira, 13 de novembro de 2017

Gente, estou sem poder postar para vocês porque tive que me submeter a uma operação. Mas espero voltar o mais breve possivel, ainda esta semana.

terça-feira, 7 de novembro de 2017

A VIOLÊNCIA CAUSADA PELO TRÁFICO DE DROGAS ILÍCITAS CRESCE EM PINDORAMA. VALE A PENA CONFERIR A OPINIÃO A RESPEITO DA ESPECIALISTA ILONA SZABÓ

Todos sabemos que a violência cresce em Pindorama mais do que eu um país em guerra. E também que o grande responsável por essa violência desenfreada é o tráfico de drogas ilícitas. Aí perguntamos por que se a gente pode fumar nicotina até estuporar os pulmões e beber álcool até ficar tomando a bênção a cachorro, não pode fumar tranquilamente o seu baseado, cheirar cocaína etc. Desde que tome cuidado para não prejudicar terceiros provocando desastres a coisas assim. Mal todas as drogas fazem.
Drogas: as histórias que não te contaram é um livro lançado recentemente que aborda esse candente tema. Foi escrito por Ilona Szabó, especialista em segurança pública e políticas de drogas e editado pela Zahar. A jornalista Isabel Clemente colaborou no trabalho, que custa R$39,90. Para ela, nem a proibição nem o liberou geral são realistas O que deve ser feito é uma regulação do mercado. Ela tem 39 anos e há 10 estuda o assunto. Durante esse tempo, integrou duas comissões internacionais nas quais foi responsável por auxiliar líderes mundiais na definição de estratégias para o enfrentamento da questão, como o ex-secretário-geral da ONU Kofi Annan.
Crê que proibir o uso de drogas é uma utopia e defende a adoção de políticas mais humanas, sem criminalização dos usuários, e que dependentes sejam tratados como doentes e o mercado de drogas regulado. Isso lembra a política levada a cabo para os moradores e usuários de drogas da Cracolândia, em São Paulo, pelo ex-prefeito Fernando Haddad; totalmente desmontada pelo novo e exibido prefeito João Doria.
No lançamento da obra feito na Livraria Cultura do Paço Alfândega, no Recife, a autora criticou a postura do Governo de Pernambuco de bonificar policiais por apreensão de drogas, dizendo que a polícia está enxugando gelo correndo atrás de pequenas quantidades do produto. Sugeriu foco na redução de homicídios.
No Jornal do Commercio do Recife de 5 e novembro, está a íntegra de uma entrevista de Ilona Szabó.


PS – O pesquisador Roberto Harrop acaba de lançar seu Pássaros de Aldeia, belo livro sobre pássaros da APA Aldeia-Beberibe que ele vem fotografando há anos como amador.

sexta-feira, 3 de novembro de 2017

UMA CRÍTICA JUDAICA DO SIONISMO POR JUDITH BUTLER E ROGÉRIO BETTONI

Acaba de sair um livro que vale a pena conferir sobre a questão palestino-israelense na Terra Santa. Foi editado pela Boitempo e custa R$68 nas livrarias. Mais uma vez, é essa dolorosa e aparentemente insolúvel questão em foco. Insolúvel, sim, porque o governo sionista pratica, desde a criação do Estado judaico, uma política de genocídio, conforme prova com atas e documentos o historiador judeu e israelense Ilan Pappe em seu famoso The ethnical cleansing of Palestine.
No livro de Juith Butler, com a colaboração de Rogério Bettoni retoma-se uma ideia de Edward Said. É possível forjar um novo ethos para a solução de um Estado binacional judaico-palestino, como foi proposto pelas Nações Unidas após o fim do mandato britânico na Terra Santa. As tradições da diáspora judia tiraram a posse dos palestinos de terras que habitavam há séculos, pela expulsão, destruição de casas e aldeias inteiras. Ela critica o sionismo político e suas práticas de violência estatal utilizando-se da filosofia judaica contra o nacionalismo e racismo patrocinados pelo Estado.
Reflete também sobre o pensamento de Emmanuel Levinas, Hannah Arendt,  Primo Levi, Martin Buber, Walter Benjamin e Mahmoud Darwish. Ela articula uma nova ética política que transcenda a judaicidade exclusiva e dê conta dos ideais de convivência democrática radical, considerando os direitos dos despossuídos e a necessidade de coabitação plural.
Face à posição racista, de limpeza étnica do Estado judaico, são muitos os que voltam a pensar na solução da ONU de um Estado binacional. O problema é que Israel não aceita nenhum alternativa ao Estado sionista radical. A obra salienta que os valores judaicos mais elevados estão baseados no convívio e no respeito e apresenta o ser judeu e sua relação com o não judeu, a questão do outro como eu e não eu, discutindo a alternidade como constitutiva de identidade, demonstra como a dispersão dos judeus de outrora se assemelha à dos palestinos de hoje. E defende uma organização política possível em que nenhuma religião ou etnia tenha soberania sobre a outra.


quinta-feira, 2 de novembro de 2017

A REFORMA DE MARTINHO LUTERO, A CONTRARREFORMA E A INQUISIÇÃO

No dia 31 de outubro de 1517, o monge agostiniano Martinho Lutero pregou à porta da igreja do castelo de Wittenberg suas famosas 95 teses que desencadearam a chamada Reforma Protestante. Sua intenção não era criar uma outra Igreja. O que ele queria era dar um abalo renovador na Igreja Católica Romana, que havia se tornado um novo Império Romano, com o papa como monarca absoluto a ditar normas e até praticar simonia vendendo indulgências (perdão dos pecados).
Lutero não tinha interesse em polemizar com o papa e, sim, em esclarecer pontos doutrinais. Tanto que, a 6 de setembro de 1520, escreveu carta ao papa Leão 10º, em latim e alemão. Nessa carta, O monge agostiniano trata o papa de ovelha entre lobos. O ambiente que o cerca é que é corrupto. A raiz do mal, para ele, está nas ações da Cúria Romana e na própria instituição do papado como monarquia absoluta. Ambas deveriam ser eliminadas. Lutero enganou-se. Leão 10º também era corrupto.
Na carta ao papa, escreve o monge reformista: “Neste meio tempo, tu, Leão, estás sentado como um cordeiro em meio aos lobos, como Daniel em meio aos leões, e moras, como Ezequiel, entre escorpiões. O que podes tu sozinho opor a esses monstros? Ainda que juntasses a ti três ou quatro cardeais eruditíssimos e ótimos, o que seriam eles entre tantos. Todos vós morreríeis envenenados antes que vos antecipásseis estatuindo [um decreto] para remediar a situação. A Cúria Romana está perdida. A ira de Deus a atingiu até o fim. Odeia os concílios, tem medo de ser reformada, não pode mitigar o furor de sua impiedade e cumpre o epitáfio de sua mãe, a respeito da qual é dito ‘Curamos Babilônia e ela não sarou, abandonemo-la’. [Já a Cúria Roana] “não merece a ti nem pessoas semelhantes, e sim ao próprio Satanás, que na verdade, reina mais do que ti nessa Babilônia.”
Sábias palavras. Ele prossegue:“Por conseguinte, meu pai Leão, toma cuidado para não dar ouvidos a essas sereias, que não fazem de ti um simples ser humano, mas um semideus, de modo que possas ordenar e exigir o que quiseres”
A resposta de Leão foi a excomunhão de Lutero. No entanto, mais recentemente, a denominada Igreja Luterana e confissões similares vêm se aproximando da Igreja de Roma e rompendo antigas barreiras. O papa Francisco, um papa cristão, participa dessa reaproximação. A salvação apenas pela fé, um princípio luterano, ampliou-se mais e hoje eles admitem que a fé atrai boas obras.
Com um certo atraso, a Igreja Católica Romana convocou o Concílio de Trento (1545-63), chamado de Contrarreforma. A Igreja não podia admitir ser reformada de fora. Então, para preservar o catolicismo em países como Espanha, Portugal e Itália, criou-se a assim dita Santa Inquisição, que acusava, sentenciava e punir “hereges” sem direito a defesa. E pôs assim em multissecular decadência a Península Ibérica, com a expulsão dos judeus, que tinham o dinheiro.

Durante o breve governo holandês em Pernambuco, no século 17, o Recife era uma das cidades mais avançadas do planeta (Nova York nem existia), com calvinistas holandeses, católicos portugueses e judeus convivendo numa boa. No Recife, se encontra a sinagoga mais antiga das Américas.

segunda-feira, 30 de outubro de 2017

AGONIA DOS ESTALEIROS IDEALIZADOS POR LULA. O GOVERNO ENTREGUITA DO GOLPISTA TEMER PROMETE CANCELAR CONTRATOS E AMEAÇA IMPORTAR NAVIOS SEM PAGAR IMPOSTOS

É complicado progredir neste país, sem um projeto nacional, abandonado pelos golpistas de 2016. A agonia dos estaleiros é uma comprovação dessa situação vexaminosa. Sem encomendas, sobretudo na Petrobras (dos 42 estaleiros, somente 12 têm encomendas), a indústria fomentada pelo governo Lula agoniza. Os dois estaleiros implantados em Pernambuco, Atlântico Sul (EAS) e Vard Promar (os mais modernos do parque nacional), como os outros, estão ameaçados pela promessa do governo ilegítimo e entreguista de Michel Miguel Elias (fora!) Temer Lulia de cancelamento de contratos e da ameaça de importação de navios sem pagamento de impostos.
Numa época em que Pindorama tinha um projeto nacional, um governo popular e se desenvolvia, de 2007 a 2013, Lula assinou contratos dos dez primeiros navios a serem construídos pelo EAS. Em 2010, o navio João Cândido foi batizado. Em 2013, o Vard Promar começou a operar em Suape e, no ano seguinte, lançou seu primeiro navio, o Barbosa Lima Sobrinho.
Floriano Pires Júnior, professor do Programa de Engenharia Oceânica da Coppe/UFRJ, um dos maiores especialistas do setor em Pau Brasil, analisa que faltou consciência estratégica na proposta de retomada da indústria naval, que “foi baseada numa visão de curto prazo, ancorada na Petrobras como indutora da atividade e sem se preocupar com metas de produtividade e com um programa real de qualificação de mão e obra” .Para ele, outro problema foi a falta de racionalidade na decisão de onde montar os novos estaleiros, com a análise de se haveria demanda para tantas plantas e o que cada uma poderia produzir.

O argumento de Lula era reduzir o gasto anual da Petrobras de US$2,5 bilhões com o fretamento de embarcações e incentivar o ressurgimento de uma indústria que contrata muita mão de obra. Segundo Floriano Pires, o setor não pode mais esperar pela Petrobras. Trata-se de uma empresa de petróleo e não de uma agência de indústria naval. Essa indústria recebeu ajuda do governo, na Coreia do Sul, China e outros países, mas só até avançar na curva de aprendizagem, entre 10 e 20 anos. Depois os estaleiros andaram com as próprias pernas. Não tem milagre. O governo precisa ter uma política industrial clara e os estaleiros precisam ser competitivos.

sábado, 28 de outubro de 2017

UM FANTASMA RONDAVA A EUROPA. LEVANTAI-VOS FAMÉLICOS DO MUNDO. SURGE A UNIÂO DAS REPÚBLICAS SOCIALISTAS SOVIÉTICAS

Comemoramos este ano, gente, cem anos da Revolução Russa. À época, um fantasma rondava a Europa, conforme o Manifesto Comunista de Marx e Engels, e a Internacional cantava “Levantai-vos famélicos do mundo”. Ficou conhecida como Revolução de Outubro porque, na época, o calendário russo diferia do ocidental. Lá já era novembro. A 1ª Guerra Mundial caminhava para o fim. O czar russo já havia sido derrubado em fevereiro e substituído pelo governo de Kerensky, um social-democrata. Mas Lênin voltou do exílio e continuou pregando o bolchevismo. Os mencheviques queriam menos, os bolcheviques de Lênin e Trotsky postulavam mais, eram maximalistas.
Sobre os primeiros dias da Revolução, sua consolidação, o jornalista estadunidense John Reed, que era comunista e foi desgnado para fazer a sua cobertura, escreveu o clássico Dez dias que abalaram o mundo. De fato foi um terremoto universal, que depois se desdobrou na Grande Marcha de Mao Tsé Tung na China e em eventos similares. Na China, os Estados Unidos se meteram onde não foram chamados e separaram Taiwan (Formosa) do continente, além de por muitos anos manterem Formosa como a representante da China do Conselho de Segurança da ONU.
Com Kerenky pouca coisa mudou na Rússia. Lênin prometia paz, pão, liberdade, terra, trabalho. Isso me lembra um comício do Partido Comunista Italiano (PCI) em que um candidato prometia, em comício, “pane e lavoro” (pão e trabalho’. No que um anarquista gritou lá de trás:”basta pane” (basta pão). Lênin assumiu o poder e implantou o socialismo. As terras foram redistribuídas, bancos nacionalizados, as fábricas, os meios de produção passaram às mãos dos trabalhadores. Ele também se retirou da guerra
No entanto, o grande líder cometeu imperdoável equívoco. Marx e Engels pregavam uma sociedade não dividida em classes com o proletariado asumindo o poder. Mas quando Lênin se viu com o Estado na mão, achou aquilo bom e passou a estatizar tudo, o que, a meu ver, é uma contrafação do socialismo/comunismo. No socialismo é a sociedade que exerce o poder e não o Estado.
Por isso, quando houve o desmoronamento da URSS eu não fiquei surpreso. Esperava que Gorbatchev tivesse sucesso com suas Glasnost e Perestroika, que desburocratizariam o Estado, ocupado por aqueles que se diziam “a vanguarda do proletariado” mas eram autênticos burguesotes. Gorbatchev foi golpeado e as empresas estatais passaram aleatoriamente a mãos particulares.

Na China, o comunismo adaptou-se a um capitalismo de Estado, embora o Partido Comunista Chinês seja muito forte. Assim, a meu ver, comunismo mesmo só houve entre as primeiras comunidades cristãs: de cada um conforme sua capacidade, a cada um conforme sua necessidade. Não é heresia, é história.

quinta-feira, 26 de outubro de 2017

A OBRA DE RECUPERAÇÃO DO CONTORNO DA RMR DO RECIFE DA BR-101 ESTÁ SENDO CRITICADA POR ESPECIALISTAS E PELO TCE

Deteriorado, e muito, há anos, pelo menos 20, o trecho da BR-101 no contorno urbano do Recife (PE) finalmente está em processo de recuperação. No entanto, as críticas ao trabalho vão se avolumando a cada dia. A escolha de um pavimento flexível colocado sobre as velhas placas de concreto e a ausência de um espaço reservado para futuro corredor de transporte público são as críticas mais visíveis ao projeto. Conforme renomados técnicos, como Maurício Pina e Germano Travassos, as opções dos governos federal e de Pernambuco resultarão em arrependimento futuro e não é por falta de advertências.
Agora é o Tribunal de Contas do Estado (TCE) que está alertando formalmente o governo sobre irregularidades e equívocos identificados na contratação da obra. Segundo o tribunal, não houve estudos de tráfego e a opção pelo pavimento flexível (asfalto) não teve embasamento técnico Há problema com a drenagem, grande causador de desgaste no trecho urbano da rodovia. Além disso, o TCE alerta que a manutenção das placas de concreto é mais barata que a do asfalto.
Quem viaja pela BR-101 no Estado da Paraíba nota o bom trabalho ali realizado pelo Batalhão de Engenharia do Exército. Por que não fazer o mesmo aqui? Talvez o problema esteja naquela velha história de privatizar verbas públicas. Quem sabe? Geralmente alguém quer um sobornozinho (ou vários “alguéns”). A estrada reparada com asfalto custaria R$3 milhões; em concreto R$5 milhões.
E é assim que continuamos à espera da tal tão sonhada mobilidade urbana. Ao contrário dos do Rio e São Paulo, o metrô daqui encruou, não se expande e é mal operado. Os ônibus de transporte coletivo são ruins e insuficientes. Mesmo onde criaram faixas próprias para eles, não há fiscalização pessoal nem eletrônica e carros particulares utilizam a faixa sem inibição.

É difícil para o cidadão comum saber por que nossas assim ditas autoridades competentes não se conscientizam do problema ou não lhes interessa essas consciência.

terça-feira, 24 de outubro de 2017

COMPESA É APONTADA COMO A SEGUNDA MELHOR EMPRESA DO BRASIL. PODE, GENTE?

Como o matuto ou caipira, eu pergunto: Cuma? Só pode ser arrumação. Falta saneamento básico na capital e em grande parte do Estado de Pernambuco. E Compesa é a sigla da Companhia Pernambucana de Saneamento. A água é desperdiçada jorrando em grandes áreas da tubulação. As contas chegam ao consumidor pontualmente mesmo que ele não receba o assim dito precioso líquido. Onde é que a revista Istoé Dinheiro viu tanta excelência?
A notícia nos chega através de uma revista chamada Total, que se diz “a revista dos municípios”. Uma publicação pouco conhecida e sem grande prestígio. Enquanto a Istoé não é mais aquela excelente revista que Mino Carta criou muitos anos atrás. Hoje a revista dele é Carta Capital. Diz o Sr. Roberto Tavares, presidente inamovível da companhia, que “Em 2016, enfrentamos um ano dificílimo. Diante da seca prolongada, perdemos receita em muitos municípios que entraram em situação de colapso e ainda tivemos que gastar mais para não deixar a população dessas cidades sem atendimento”. Qual atendimento?
O presidente fala ainda que a população às vezes não tem noção de para que serve uma obra determinada. Só consegue enxergar o transtorno provocado pela obra, como quebrar o pavimento das ruas, abrir buracos. Tai uma questão já muito antiga e sem solução até hoje neste Estado. Há pelo menos uns 60 anos, um órgão público precisa danificar pavimentos para um conserto. Mas, feita ou abandonada a obra, são as prefeituras das cidades que ficam com o ônus de refazer tudo. A Compesa tem muito a ver com essas obras não concluídas ou mesmo eventualmente terminadas.

Segundo Tavares, a Compesa criou até uma Diretoria de Articulação e Meio Ambiente e mantém perfis oficiais em redes sociais, como Twitter, Facebook e Instagram, para melhor atender às demandas de seus clientes. Terá sido por isso que a Istoé Dinheiro enxergou tanta excelência na Companhia Pernambucana de Saneamento? Tudo é possível. “Tudo vale a pena quando a alma não é pequena”, como diria Fernando Pessoa.

sábado, 21 de outubro de 2017

ENSINAR, EDUCAR NÃO É FÁCIL. É IMPRESCINDÍVEL QUE O MESTRE SEJA UM EDUCADOR, UM PEDAGOGO

Ensinar não é fácil, educar filhos e alunos. Eu mesmo, que estudei um bocado na vida, experimentei a carreira docente algumas vezes, mas não me julguei apto a exercê-la. Não basta você saber a matéria que ensina. É imprescindível ser um educador, um pedagogo. Era o que ocorria, por exemplo, com mestre Paulo Freire, em cuja equipe trabalhei antes do golpe de 1964, quando militares equivocados ou golpistas mesmo tomaram de assalto o governo e o país por 21 anos.
Não precisa ir à Europa, Estados Unidos, Japão, Coreia do Sul para encontrar bom ensino e professores com salários compatíveis. Argentina, Chile, Uruguai têm melhor ensino que o do nosso país. Mas apesar da falta de incentivo aqui e dos baixos salários, a carreira docente ainda atrai. Das graduações da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) 25% são de licenciaturas. E estas serão bem mais atraentes quando a profissão docente for valorizada com salários dignos.
Para Cláudia Costin, coordenadora do Centro de Inovação em Políticas Educacionais da Fundação Getúlio Vargas, deve haver liberdade e pluralidade de pensamento na sala de aula. Afirma também que o professor deve conhecer bem seus alunos. Não basta repassar a visão do mundo registrada nos livros didáticos ou explanada pelos mestres. É importante que a escola ensine a pensar. Reflexão crítica autônoma e informada é importante com professores trabalhando em conjunto.
Ela diz que avançamos na direção correta, mas de forma lenta. Universalizamos o acesso ao ensino fundamental. Construímos um sistema de estatísticas educacionais bastante competente. O caminho é de melhora. É necessário fazer algo para acelerar o processo. Os bons professores tentam mostrar aos alunos que há uma pluralidade de vozes na democracia e que é importante respeitar perspectivas distintas e evitar o caminho fácil de rotular quem pensa diferente.

Costin conclui que é fundamental tornar a profissão de professor mais atrativa e profissionalizada, com salários melhores, possibilidade de atuar em uma única escola com equipes estáveis, boa liderança e um ambiente de aprendizagem saudável. E ainda que não há receita única para melhorar a educação de qualidade sem atrair e reter bons mestres.

quarta-feira, 18 de outubro de 2017

DAS ESTRADAS DE MINAS SEGUIU PRA SÃO PAULO E FALOU COM ANCHIETA / O VIGÁRIO DOS ÍNDIOS ALIOU-SE A DOM PEDRO E ACABOU COM A FALSETA / FOI PROCLAMADA A ESCRAVIDÃO

Bem dizia Bertolt Brecht: “A cadela do fascismo está sempre no cio”. E é bom sempre recordar Sérgio Porto, o imortal Stanislaw Ponte Preta, sobrinho da Tia Zulmira e primo do Altamirando. Entre outros personagens dele está o doutor Data Venia, advogado. É indubitável que a cadela do fascismo soltou-se com o golpe pseudoconstitucional contra Dilma Roussef. É o novo golpe engendrado por Washington. Apesar de que tem aí uns milicos baderneiros, e também civis, dispostos a tentar outra aventura como a de 1964.
Tudo é possível contra o povo no desgoverno golpista de Michel Miguel Elias (fora!) Temer Lulia. Aquele alcunhado pelos irmãos Batista de “ladrão-geral da República” não tem nenhum ideal nem programa decente e sua gana é só enriquecer pessoalmente mais e mais e, fascistamente, levar o povão ao desespero.
A última façanha do golpista foi “proclamar a escravidão”, como dizia Stanislaw do Samba do Crioulo Doido. Agora vai ficar mais difícil localizar e sobretudo punir quem utiliza mão de obra em regime análogo à escravidão. Pela portaria 1.129/2017 do Ministério golpista do Trabalho, passa a ser atribuição do ministro do Trabalho a inclusão de nomes de empregadores flagrados por trabalho escravo na Lista Suja.
Há 20 anos o nosso país recebe elogios de organismos internacionais por sua legislação nessa área. A briga vai ser grande com o Ministério Público do Trabalho. Mas foi muito elogiada pelo ministro da Agricultura, Blairo Maggi, o rei da soja.
Sorry, como diria um inglês ou estadunidense. A mentalidade escravagista está entranhada nas nossas cultura e sociedade. E a abolição em 1888 não foi complementada com uma reforma agrária que desse terra para os antigos escravos sobreviverem, como propunha o nosso grande Joaquim Nabuco. Todo país civilizado já fez sua reforma agrária. O Brasil continua “impávido colosso” na defesa do latifúndio e só a muito custo se consegue liberar terras para agricultores que não as possuem. O esforço do MST não tem gerado grandes resultados.
Blairo Maggi e outros acham pouco e aprovam o trabalho escravo. O desgovernante golpista e seu ministro também acham pouco e agora querem dificultar a localização e punição de patrões neoescravagistas.
Então, foi restabelecida a escravidão.

Fora Temer! Diretas já! Constituinte exclusiva já!

terça-feira, 17 de outubro de 2017

ALÉM DE CHARTRES, TAMBÉM ESTÁ EM RESTAURAÇÂO A CATEDRAL GÓTICA FRANCESA DE NOTRE DAME DE PARIS

Falei a vocês há dias, caras leitoras e caros leitores, sobre um trabalho de restauração em curso na catedral de Notre Dame de Chartres, perto de Paris. Hoje me refiro a sua irmã mais famosa que é Notre Dame de Paris. Ela foi construída entre os séculos 12 e 13 e só passou por reforma em 1844-64. A deterioração não é notada pelos milhões de turistas (cerca de 13 milhões) que a visitam todos os anos. Mas há gárgulas quebradas, balaustradas caídas, muita coisa escurecida pela poluição e corroída pela água das chuvas. Embora não haja risco de colapso, o monumento chegou a um estado crítico e vai ser caro o trabalho de restauração. Cerca de 150 milhões de euros.
Quando eu estudava na França e visitei Notre Dame, é claro que não percebi nada disso. Além da joia arquitetônica medieval, admirei muito seus subterrâneos, com raridades da época em que a capital francesa ainda era chamada pelos romanos Lutetia Parisiorum, de onde veio o nome atual de Paris. Fica na ilha da Cité e, por trás da catedral, há uma ilhazinha menor encantadora, a de Saint Louis. Para levantar fundos para a obra de restauração foi criada a Fundação Amigos de Notre Dame, liderada por Michel Picaud e recentemente criada, que pretende obter doações dos ricos Estados Unidos, país ligado culturalmente à França e que a libertou da ocupação nazista nos anos 1940.
Os vitrais da nave já foram substituídos nos anos 1960, com bom resultado, e a fachada frontal tem hoje um branco reluzente, graças à limpeza da pedra na década passada. Vários sinos foram substituídos em 2013. Peguei os dados desta postagem em artigo de Aurelien Breeden, do The New York Times News Service.
Aqui no Brasil, nossos monumentos históricos, inclusive igrejas, são muito negligenciados. Alguma coisa já foi restaurada. Mas mesmo nos patrimônios culturais da humanidade, declarados pela Unesco, como Olinda (PE), muita coisa está se deteriorando gravemente sem receber socorro. Com um governo ilegítimo e golpista, como o que temos agora com Michel Miguel Elias (fora!) Temer Lulia, a situação fica pior, pois o assim dito larápio-geral da República só se preocupa em gastar dinheiro em propinas para não ir parar na Papuda.

Diretas já! Constituinte exclusiva já!

sábado, 14 de outubro de 2017

LIMA BARRETO: TRISTE VISIONÁRIO É O NOVO LIVRO DA HISTORIADORA LILIA SCHWARCZ

A antropóloga, historiadora e escritora paulista Lilia Schwarcz, que pesquisa a questão racial no Brasil há quase 30 anos, acaba de lançar sua obra Lima Barreto: triste visionário e participou no Recife da Bienal Internacional do Livro, onde deu palestra sobre o posicionamento político e social do escritor carioca, sua vida e sua obra.
Lima Barreto é um escritor pouco lido, que morreu jovem, mas de grande importância para a compreensão de nossas escravagistas e retrógradas história e sociedade. Descendente de escravos, sua família achava, com razão, que a libertação dos cativos não viria com a letra da lei. Dependia de educação. E aqui evoco paralelamente outro aspecto negligenciado, através da opinião do nosso grande Joaquim Nabuco, para o qual a libertação legal sem uma reforma agrária que desse sobrevivência aos libertos não significaria grande coisa. De fato, ao contrário de outros países, nunca fizemos essa reforma. Jango quis e militares entreguistas o derrubaram e ocuparam militarmente o país.
Lima Barreto acreditava na luta por uma democracia mais inclusiva que a que temos até hoje, principalmente após o golpe que entronizou o ilegítimo Michel Miguel Elias (fora!) Temer Lulia. A voz do escritor carioca, em sua luta contra o racismo estrutural remanescente, era a literatura. E boa literatura. Como não houve aquela reforma agrária preconizada por Nabuco, os libertos continuaram praticamente escravizados. Só uns 40 anos depois é que Getúlio Vargas deu um grande passo com as leis trabalhistas, depois consolidadas na CLT, hoje sob a mira golpista dos atuais assaltantes do poder.
A questão racial hoje tornou-se visível: “Acho que agora nós vivemos num momento em que o tema é incontornável. Sempre defendo que a questão racial deve ter  o protagonismo das populações afro-brasileiras, negras, pois são elas que sofrem a dor da discriminação racial, que é uma dor profunda. No entanto a minha posição é que o racismo é uma questão dos brasileiros, da nossa República, então cabe a nós, todos os brasileiros, assumir o tema, sem tirar o protagonismo”, diz Schwarcz.

Viva Lima Barreto! Vamos lê-lo mais.

quinta-feira, 12 de outubro de 2017

NOVO CLIMA PROPICIA A CONSTITUIÇÃO DE UM ESTADO PALESTINO SOBERANO. SERÁ QUE DESTA VEZ SAI?

Pinta aí um novo clima propício a que finalmente o Estado de Israel permita, do alto de seu altos tamancos, que a Palestina seja afinal um Estado em plenitude e não de ficção. O Trumpalhão dos Estados Unidos já não é defensor incondicional da política racista do premiê Netanyiahu. O presidente estadunidense é menos confiável e altamente imprevisível. E, o que é muito importante, está chegando ao fim a dissidência palestina entre o Hamas, que controla a Faixa de Gaza, e a Fatah, do presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mamoud Abbas.
Importante também é que o presidente Vladimir Pútin entrou no circuito, sem nenhuma simpatia pela política sionista segregacionista do governo israelense. O novo chefe do Hamas, Ismail Haniyeh, é mais moderado que seu antecessor Khaled Meshaal e aceita uma Palestina soberana em coexistência com o Estado judeu.
A Rússia deseja consolidar sua presença e bases militares na Síria e tem boas relações com Teerã. Apesar disso, suas relações com Israel não são hostis. O premiê Netanyahu visitou Moscou várias vezes e, durante o governo de Barack Obama, que ele detestava, pensou em trocar os EUA pela Rússia como aliado preferencial. Pútin não trabalha com um lobby sionista interno, como Washington, nem com o rancor e desconfiança do mundo árabe pelas intervenções estadunidenses. Seria assim Moscou um mediador potencialmente mais crível por ambas as partes. O acendrado racismo de Netanyahu afastou do seu governo grande parte da comunidade judaica dos EUA, principalmente os mais jovens. Moscou não vai oferecer a Israel a aniquilação do Irã, mas á capaz de manter as forças iranianas longe das fronteiras israelenses. Isso se houver cooperação do estado judeu em aceitar uma solução para a questão palestina, o que sempre foi obstruído por Tel-Aviv.
A política fascistoide de Netanyahu, desde sua posse em 2009, foi de inviabilizar um Estado palestino soberano, anexar a maior parte do seu território e formar enclaves sob seu controle no restante, onde conta com uma mão de obra barata e sem direitos de cidadania. Como no apartheid da África do Sul pré-Mandela. Mas o mito da invencibilidade israelense ficou chamuscado na fracassada guerra com o Hezbollah em 2006.

Os acordos de Oslo, que quase solucionaram a questão palestina, foram boicotados sistematicamente pelo governo judeu. Yasser Arafat, que dirigia a Organização para a Libertação da Palestina (OLP) também não agiu corretamente, o que favoreceu a política sionista de apartheid e limpeza étnica.

terça-feira, 10 de outubro de 2017

SUPREMO DERRAPA MAIS UMA VEZ AO AUTORIZAR DISCIPLINA RELIGIOSA NAS ESCOLAS PÚBLICAS DE PINDORAMA

Nós estamos mesmo, gente, com um Judiciário (e também outros poderes) muito mambembe. O STF e outras instâncias legislam, abençoam a derrubada ilegal de uma presidente eleita, abrigam juízes que não conhecem aquele provérbio grego, segundo o qual “cabe ao juiz julgar com equidade”, são nomeados pelos chefes de governo conforme as conveniências deles e às vezes ficam de plantão para habeas-corpus a gente próxima.
Temos, segundo estudo da Fundação Getúlio Vargas, um Congresso dos mais desacreditados do mundo, com uma maioria fisiológica e predadora. Com aceno de benesses, aprovam tudo o que o presidente golpista e consequentemente ilegítimo Michel Miguel Elias (fora!) Temer Lulia quer, como vinte anos de congelamento de gastos sociais (dinheiro para suborno não falta), fim da CLT com ampla terceirização da mão de obra, “reforma” da Previdência, quando bastaria que os patrões inadimplentes pagassem o que devem etc.
Quanto ao atual presidente falsiê da República nem é preciso falar. Já está tudo falado e os irmãos Batista o chamam impunemente de “ladrão-geral da República”.
Diante de tudo isso, chamo a atenção de vocês para um ótimo artigo do economista e consultor Sérgio Buarque, no Jornal do Commercio do Recife, há umas duas semanas. Ele trata de “um passo atrás na história da civilização”, dado pelo STF ao aprovar a autorização para a introdução de disciplina religiosa nas escolas públicas do país.
“Numa clara negação das regras republicanas do Estado laico previstas na Constituição (desde a Constituição de 1891”, escreve Buarque, “a decisão da alta corte permite que as escolas públicas do Brasil ofereçam ensino religioso confessional específico, ou seja, de uma determinada crença religiosa, a ser escolhida pelo poder público”.

O nosso Estado laico parece ser sui generis, pois temos até bancadas evangélicas, bispos protestantes e pastores que se elegem por igrejas travestidas de partidos. E ninguém reclama. Deve ser bom para o tipo de político que temos. O ministro do STF Luís Roberto Barroso, voto vencido na questão, enfatizou que o ensino religioso “viola a laicidade, porque identifica Estado e Igreja, o que é vedado pela Constituição”.

sexta-feira, 6 de outubro de 2017

PINTURAS E ENFEITES DE MONUMENTOS ANTIGOS COSTUMAM SER ENCOBETOS EM PINDORAMA. NÃO DÁ PARA ENTENDER

Antes de tudo, peço-lhes desculpas pelo atraso desta postagem, obrigada a juntar-se à de sexta-feira/sábado, devido a novo rude ataque da privataria tucana. O provedor estava mais bem comportado, mas teve uma recaída.
Não dá para entender racionalmente o fato de se encobrirem pinturas e enfeites de igrejas e outro monumentos antigos, no decorrer do tempo. Só a ignorância explica. Há poucos dias, falei aqui a vocês sobre reclamações devido a obras de restauração da catedral gótica francesa de Notre Dame de Chartres. No caso, não se tratava de encobrir ou apagar o que havia antes. É defensável por tratar-se de restauração mesmo do que havia antes. Hoje escrevo sobre uma relíquia do século 18 resgatada aqui no Recife, onde moro. Trata-se da igreja de Nossa Senhora da Conceição dos Militares, na Rua Nova, bairro central e Santo Antônio, construída a partir de 1723.
Escondida por três camadas de tinta, a pintura original do forro da nave central do templo começa a ficar aparente com suas esculturas e talhas originais. Os restauradores, trabalho coordenado pela restauradora Pérside Omena, estão removendo a cor branca para resgatar a policromia, com a ajuda de produtos específicos e bisturi. Além de removedores industriais. A pintura jaspeada que aparece no forro da nave já havia sido encontrada e recuperada na capela mor da igreja. O trabalho inclui a remoção de cupins. Ainda bem que temos o IPHAN para zelar pelo nosso patrimônio artístico e histórico. O trabalho, iniciado na sua fase atual em 2014, está previsto para ser concluído em 2020 e vai custar R$8,7 milhões.
As restaurações de monumentos feitas pelo IPHAN podem ser apreciadas em outras igrejas e prédios. Observe-se a Sé de Olinda, descaracterizada e com ornamentos em pedra até na fachada. Hoje está outra coisa e apreciada por milhares de turistas anualmente, além, claro, dos nativos. Em Olinda, que nasceu praticamente ao mesmo tempo que o Recife, que era seu porto, muitas outras igrejas estão correndo perigo de virar ruínas. Com esse governo golpista e ilegítimo que aí está, chefiado pelo “larápio-geral da República (não sou eu que o digo) Michel Miguel Elias (Fora)Temer Lulia, não se pode esperar nenhuma consideração por bens históricos e culturais, se até o povo sofre bárbara depredação nos seus direitos e bem-estar.

Diretas já! Constituinte exclusiva já!

terça-feira, 3 de outubro de 2017

SAI BIOGRAFIA DE MARCO MACIEL, ESCRITA PELO JORNALISTA ÂNGELO CASTELO BRANCO

Nesta segunda-feira às 19h, na Academia Pernambucana de Letras, está sendo lançado Marco Maciel – Um artífice do entendimento, do jornalista Ângelo Castelo Branco, pela Cepe. Marco Maciel, na sua vida política, sempre foi um cara de direita, mas também sempre aberto ao entendimento e ao diálogo, afável no trato. Conheci-o na Faculdade de Direito do Recife, onde entrei pensando mais em fazer política estudantil, pois já havia estudado quatro anos de direito canônico no curso de teologia e estava, com licença da palavra, de saco cheio.
Aliás, abomino o direito canônico, que considero uma contrafação do Evangelho. E, quanto ao direito em geral, eu o vejo como um baluarte para a manutenção do statu quo ante: “Quem é rico mora na praia; quem é pobre não tem onde morar” e pronto. O sentido social da propriedade não é levado em conta na prática. Se há uma invasão de terreno há anos abandonado, logo a Justiça emite uma reintegração de posse. O sentido social vai pro beleléu. E o beleléu existe mesmo, conforme garante a escritora Maria Clara Machado.
O livro tem prefácio do ex-presidente Fernando 2º (FHC), hoje apoiador do golpe contra Dilma Roussef e que está assim dando aval a golpes anteriores. Apesar de seu discurso democrático, o ex-presidente comprou (está comprovado) votos parlamentares para a emenda da reeleição e saqueou quase todo o patrimônio público brasileiro (o resto está hoje na lista de Michel Miguel Elias Temer Lulia). Marco Maciel não. Sempre foi fiel a seu ideário político de direita e nunca fez concessões nessa área para obter vantagens políticas e eleitorais.
Fonte importantíssima da pesquisa de Ângelo Castelo Branco foi a companheira de Marco Maciel há mais de meio século, Ana Maria Maciel, que há uns seis anos cuida desveladamente do marido afetado pelo mal de Alzheimer.

Acrescento uma afinidade minha com o ex-colega de faculdade Marco Maciel. Somos ambos fãs do grande filósofo francês Jacques Maritain, hoje meio esquecido, e que, durante a invasão da França pelos nazistas, ensinou na universidade estadunidense de Princeton. A esposa dele, Raïssa, também escreveu um lindo e precioso livro, Les grandes amitiés, sobre os amigos do casal, que incluíram Charles Péguy e Léon Blois.

sábado, 30 de setembro de 2017

BOAS RELAÇÕES DO PAPA PIO 11 COM BENITO MUSSOLINI

Estou lendo um livro, gente, muito interessante, que é o resultado de uma exaustiva pesquisa do professor David Kertzer, das áreas de ciências sociais, antropologia e estudos italianos da Universidade Brown (EUA). O scholar passou sete anos pesquisando nos arquivos do Vaticano e em relatórios de espiões fascistas em altos níveis da Igreja Católica, para revelar o papel crucial da Santa Sé na ascensão do fascismo na Europa. O livro de que trato é O papa e Mussolini, traduzido por Berilo Vargas (Intrínseca).
O papa e Mussolini? O que tem a ver um papa, mesmo do modelo imperial dos velhos tempos como Achile Ratti (Pio11), com o líder fascista Benito Mussolini? Muito, revela Kertzer. O que os uniu foi o medo do comunismo. Medo também presente na conduta do seu sucessor Pio 12, acusado de livrar uma boa quantidade de criminosos nazistas das garras da Justiça.
Ambos, Mussolini e Pio 11, chegaram ao poder em 1922. Ambos irascíveis, em muitos outros aspectos diferiam. Nenhum dos dois acreditava na democracia e ambos abominavam o comunismo. Contaram um com o outro para consolidar seus poderes e alcançar seus objetivos políticos. Desde a unificação da Itália como um só país, em que tiveram relevante papel Garibaldi e sua mulher, a brasileira Anita, o papado perdera o grande território que possuía e ficara restrito ao Palácio do Vaticano. Mas, em 1929, a Santa Sé recuperou pequeno território no Estado da Cidade do Vaticano (SCV na sigla em italiano; que muitos leem como “se Cristo vedessi”; se Cristo visse). Resumidamente, o tratado assinado pelo papa e o Duce faz as pazes entre a Santa Sé e o Estado italiano, cria o Estado do Vaticano e dá ao papado uma boa indenização, com a qual foi criado o famigerado Istituto per le Opere di Religione (IOR), que é o banco do Vaticano e que o papa Francisco tenta transformar em apenas um instituto financeiro. Entre os escândalos colecionados pelo IOR consta lavagem de dinheiro da máfia.
O papa e Mussolini se entenderam para assinar o Tratado de Latrão. Através dele, a Santa Sé recuperava autonomia política, extensiva a alguns edifícios, como as basílicas maiores, a Universidade Gregoriana e outros.No resultado de seu trabalho, o pesquisador mostra como Pio 11 foi crucial para que o Duce (título do líder fascista) instaurasse sua ditadura e se sustentasse no poder.
Mais adiante, com a saúde abalada e próximo à morte, arrependido do grande pecado, Pio 11 passou a atacar Mussolini, suas leis antissemitas e sua aproximação com Hitler. Mas seus assessores na liderança do Vaticano, como o cardeal Eugênio Pacelli (depois Pio 12) se mobilizaram para evitar os prejuízos do rompimento entre a Santa Sé o regime fascista.

Sou católico, mas não posso aceitar tanta esculhambação.

quarta-feira, 27 de setembro de 2017

O DESMONTE DO PATRIMÔNIO PÚBLICO DE PINDORAMA GALOPA. DIRETAS JÁ COM CONSTITUINTE EXCLUSIVA!

É incrível, gente, o desmonte por que está passando Pindorama sob o desgoverno cínico e golpista de Michel Miguel Elias Temer Lulia, chamado pelos irmãos Batista de “larápio geral da República”. Fernando 2º (FHC) ao menos disfarçou um pouco seu particular desmonte, posando de dono do Plano Real, escondendo a compra de votos para se reeleger. Mais recentemente, saiu do armário golpista aprovando o impeachment de Dilma, o desgoverno atual e o cerco a Lula.
Não dá para entender como um cara descendente de libaneses, cujos pais ou avós deixaram a miséria lá para melhorar de vida aqui, tem um desdém tão monumental por sua pátria e a prosperidade dela. Seu objetivo de acumular fortuna a todo custo dá até para tentar entender, pois a classe média brasileira não sossega enquanto não chega a burguesa e capitalista. Mesmo que seus capitais sejam para mera especulação e não tenham objetivos de produção.
O livro A privataria tucana (esqueci o autor) mostra a grande farra que foi a privatização à FHC, que encheu os bolsos de muita gente. Pode-se acreditar que um pavão ganancioso (não é aquele misterioso) como ele tenha ficado de fora? A nova privataria TEMERária não irá pelo mesmo caminho já que tanto insistem nela?
Os pedidos de enquadramento do golpista por diversos crimes, feitos ao Congresso pelo ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot, não vão adiante, pois o intruso compra, literalmente, a maioria de que precisa entre nossos impolutos representantes.
Também com um Congresso como o que aí está, que provavelmente continuará como é, agora com mais dinheiro ainda para comprar votos, o que se pode esperar? O que necessitamos urgentemente é uma Constituinte exclusiva, como deveria ter sido a que se seguiu a uma redemocratização capenga.
Eletrobras, Amazônia, pré-sal (lembram que ele serviria para financiar mais educação?), tudo o que estiver ao alcance dos golpistas está marcado para alienação. O governo é ilegítimo, mas voraz e ligeirinho.

Diretas já! Constituinte exclusiva já!

terça-feira, 26 de setembro de 2017

POR QUE UMA CATALUNHA INDEPENDENTE E NÃO UMA FEDERAÇÃO IBÉRICA?

A Catalunha, até agora parte integrante da Espanha, quer ficar independente. Isso lembra a tirada do ditador Mobutu Sese Seko sobre os antigos colonizadores belgas: “Ils sont curieux ces belges; ils n’arrivent pas à surmonter leurs quérelles tribales” (esses belgas são curiosos; eles não conseguem superar suas brigas tribais). Referia-se às disputas entre valões e flamengos, que compõem a Bélgica.
É curiosa a Europa, dizemos nós. Cria-se a União Europeia (UE), um grande e generoso projeto capaz de unir quase todo um continente viciado em guerras intermináveis, mas não se esquecem os separatismos. A Grã-Bretanha já caiu fora da UE. Tão colonialistas que mantêm colônias na própria Europa, Gibraltar e Irlanda do Norte). O imperialismo britânico obrigou os chineses a plantar e consumir ópio, em duas Guerras do Ópio, e utilizou-se de piratas para expandir seu império, dando-lhes uma designação mais amena: corsários.
Por que, em vez de separar-se da Espanha, a Catalunha não propõe uma grande federação ibérica, incluindo a região liderada por Barcelona, o País Basco e Portugal. Seria muito mais conforme aos ideais europeus. Aliás, a Catalunha só foi anexada à Espanha de Castela (Castilla) em 1714. Durante a longa ditadura de Franco, que não aceitou a proclamação da República e se tornou uma espécie de rei, enquanto preparava um sucessor, a defesa da identidade cultural confundiu-se com a resistência democrática, seja liberal ou de esquerda.
O rei entronizado, Juan Carlos, e seu sucessor não têm assim a necessária legitimidade, são crias de Franco. E o Partido Popular governante é legítimo herdeiro do franquismo. Tanto o primeiro ministro (presidente) Mariano Rajoy como o rei Filipe 6º estão bem amarrados à herança franquista. E a transição democrática ali foi à brasileira; não julgou nem puniu os crimes da ditadura de 36 anos

Acredito que esse reinado restablecido pelo ditador Franco não vai durar muito, devido a sua ilegitimidade e vínculos com a ditadura. E acredito também, como o grande José Saramago, que o ideal seria uma federação de todos os países ibéricos, incluindo Portugal. Lembremos que este e a Espanha já foram potências marítimas mundiais, ao tempo das grandes navegações e descobertas. A “Santa” Inquisição passou-os para trás, sobretudo após a derrota da Invencível Armada espanhola em Trafalgar.

sábado, 23 de setembro de 2017

É O DESMONTE DO PAÍS E DO ESTADO DE PERNAMBUCO A OBRA DO DESGOVERNO GOLPISTA

Enquanto a violência toma conta do Estado, capital e interior, Pernambuco vai perdendo cada vez mais competitividade. Tendo crescido muito durante os governos petistas, aliados a Eduardo Campos, hoje vai passando para trás de estados que ousam mais e têm governos articulados e dinâmicos. Consultorias e pesquisadores avaliaram dez pilares temáticos: infraestrutura, educação, inovação, potencial de mercado, segurança pública, solidez fiscal, sustentabilidade social, sustentabilidade ambiental, potencial de mercado e capital humano.
Resultado, com o ilegítimo governo, golpista, de Michel Miguel Elias Temer Lulia, as coisas pioraram ainda mais por aqui, porque a ordem agora é vender tudo a preço de banana, como nos velhos tempos do hoje golpista saído do armário Fernando 2º (FHC). Suape perde o vigor e a capacidade de alavancagem de outrora. A Refinaria Abreu e Lima não deslancha e está cercada por sérias acusações de corrupção. O Estaleiro Atlântico Sul está encolhendo à míngua de encomendas, sobretudo agora que o desgoverno golpista cortou pedidos da Petrobras.
Não se pode por toda a culpa no TEMERário desgoverno federal golpista de hoje. Conversando há pouco com um cearense aqui radicado, ele me falava sobre o dinamismo do equivalente cearense a Suape, Pecém, e de outras iniciativas daquele Estado.
Tudo bem (ou mal), a situação de Pindorama está mais pra urubu do que pra colibri, como dizia o inesquecível Stanislaw Ponte Preta. Mas são os próprios empresários a garantir que a violência representa um grave obstáculo à presença de consumidores nas ruas de comércio. Uma gerente de loja da Rua da Imperatriz afirma que o movimento ali caiu uns 70%: “a rua está morta”. Um comerciante da mesma rua repete que a rua vira deserto à noite. Na Rua da Moeda, no outrora seguro Bairro do Recife, outro empresário se queixa de que “a gente está à mercê dos bandidos”.

Vanguardista do comércio, Pernambuco está hoje sem consumidores porque salários e aposentadorias encurtaram e a esperança sumiu. Essa turma aí que assaltou o poder tem mesmo o objetivo de desmontar este país tropical, outrora “abençoado por Deus e bonito por natureza”. Constituinte exclusiva! Diretas já!

quarta-feira, 20 de setembro de 2017

REFORMA DA CATEDRAL DE CHARTRES GERA POLÊMICA

Reportagem do The New York Times News Service, transcrita pelo Jornal do Commercio do Recife domingo passado, trata da reforma da catedral de Notre Dame de Chartres, a 97 quilômetros de Paris, que durou uma década. Foi a reforma mais abrangente do famoso templo católico desde sua reconstrução entre 1194 e 1225. Explicam os responsáveis pela reforma que, nos quase 800 últimos nos, o prédio mudou a ponto de quase ficar irreconhecível devido à fumaça de velas, lâmpadas a óleo. Elas escureceram as estátuas (inclusive a da famosa Madona Negra, hoje alvejada) e os belos vitrais.
Não tão famosa como a catedral de Notre Dame de Paris, a de Chartres atrai muitos peregrinos, que caminham da capital francesa até ali para venerar Nossa Senhora. Quase nenhum católico que demore um pouco na antiga Lutetia Parisiorum dos romanos, a atual Paris, deixa de ir até Chartres. As catedrais góticas medievais são monumentos realmente admiráveis de fé e estética. Na realidade, Jesus Cristo não mandou que se construíssem templos, como tinham as religiões pagãs. Os primitivos cristãos se reuniam para o culto em casa ou escondidos em locais pouco acessíveis, onde não fossem encontrados por seus perseguidores. Mas, quando a gente vê aquelas catedrais e outros monumentos similares, agradece por terem tido a ideia de construí-los.
Mas tem muita gente se queixando de que a atual reforma de Chartres teria desfigurado o templo. Teve até um crítico que ficou bem zangado. Martin Filler disse que foi “uma profanação escandalosa de um local sagrado e cultural”. Muitos reclamam que a reforma violou a Carta de Veneza (1964), que proíbe a renovação de monumentos ou locais históricos por motivos cosméticos e não estruturais.
O professor Jeffrey Hamburger, de Harvard, historiador de arte medieval, segundo a citada reportagem, afirma: “Não há motivo para ser nostálgico ou romântico em relação à sujeira. Essa associação que há entre as construções góticas e o clima pesado e sombrio é basicamente errada. Elas são monumentos à melancolia”.

Eu, que fui a Chartres há mais de 60 anos, gostei muito do que vi. Mas não sou entendido em arte. Será que a verei reformada, para comparar?

segunda-feira, 18 de setembro de 2017

PROSSEGUINDO SOBRE OS MALEFÍCIOS DE TRANSGÊNICOS E AGROTÓXICOS

Concluo hoje o artigo de Norma Estela Ferreyra, na Diálogos do Sul, que trata do poder da Monsanto sobre empresários e governos, que classifica como ilimitado. Ao artigo.


Eles [os fazendeiros] pouco cuidam da saúde dos que trabalham, que em geral ignoram as consequências futuras desse trabalho insalubre que, além de tudo, extermina a fauna, a flora, danifica a terra com as monoculturas, o desmatamento; e mata a população originária no curto prazo ou no longo prazo, os consumidores desses produtos tratados com fertilizantes e pesticidas de alto poder contaminante e com as consequências já conhecidas ainda que não admitidas, nem pela transnacional nem pelos que as deixam operar no território.
Não só deixam operar como também não colocam limites diante das consequências das fumigações. Porque temos que ter claro que esses produtos não podem ficar em mãos dos proprietários de terra nem dos produtores. As fumigações deveriam ser realizadas por uma entidade estatal responsável e uma única vez, com os cuidados necessários (cobrando do produtor por esse serviço) Isso evitaria o descontrole abusivo em torno desses tóxicos, com muitas aplicações desnecessárias e demasiado nocivas. Repito, não se deveria vender esses produtos, fertilizantes e pesticidas sob a responsabilidade direta de fazendeiros, mas sim ser aplicados por organismos responsáveis. Isso para evitar o abuso indiscriminado. Mas, digo sem tentar justificar o uso desses produtos, que se deveriam proibir, pura e simplesmente.
A responsabilidade de que seja permitido o ingresso desses contaminadores perigosos e de que sejam aplicados livremente é sem dúvida do Estado, que também permite que as mineradoras, as empresas de tratamento de água e muitas outras empresas ganhem dinheiro à custa da saúde do povo. A quem sirva a carapuça que a vista. Há anos esperamos que alguém tome a iniciativa de reconhecer o terrível erro de ter permitido tal situação. Por outro lado, se inunda a terra por sua impermeabilização provocada pela monocultura descontrolada, o desmatamento e o abuso desses produtos químicos tóxicos, o que se estende às grandes cidades. Ignoro o que ocorre no México ou na Espanha, mas não creio que seja diferente do que ocorre na Argentina.
Crianças com câncer, outras com manchas por toda a pele e tantas outras enfermidades graves e deformantes que nunca antes ocorreram são fruto de toda essa experiência neoliberal, capitalista, impiedosa, que nossos governos permitem. A recente decisão da OMS de classificar o glifosato como “provavelmente cancerígeno” reativou a polêmica sobre as fumigações para erradicar cultivos ilícitos. Um risco adicional aos danos que o uso intensivo do herbicida pode causar na saúde humana e que tem sido amplamente documentado; mesmo sem dúvidas, não se leva em conta na hora das decisões presidenciais nos países em que os povos sofrem.

*Original de Barometro Internacional.

sábado, 16 de setembro de 2017

OS HORRORES DE AGROTÓXICOS, FERTILIZANTES E TRANSGÊNICOS

Vou transcrever para vocês hoje uma parte (a outra vem depois) de um artigo impressionante de Norma Estela Ferreyra, transcrito da revista Diálogos do Sul, um site muito bom sobre coisas de nuestra Latinoamérica. Ela trata da multinacional Monsanto, que impõe ao mundo quase tudo seus transgênicos, fertilizantes e agrotóxicos. A gente come uma fruta pensando que está se alimentando sadiamente e engole sua dose de agrotóxicos. O capitalismo selvagem é uma calamidade mesmo. Ao artigo.

Monsanto e latifundiários argentinos semeiam o horror
Norma Estela Ferreyra*
Pouco cuidam da saúde dos que trabalham, que em geral ignoram as consequências futuras desse trabalho insalubre
Também não faltaram cientistas nem médicos que poderiam evitar as consequências, ou talvez houve alguns, que não foram escutados e que, imediatamente, eram refutados por semelhante polvo empresarial que pisa forte em todos os países do mundo.
Os organismos estatais que deveriam avaliar os tóxicos e informar os que detinham condições de proibir a Monsanto de vender os produtos químicos nocivos a curto e longo prazo, para os que trabalham com eles e os que fumigam, inclusive para a própria natureza, a terra, fauna, flora e seus habitantes, que consomem os produtos transgênicos, fumigados e envenenados por produtos tóxicos.
Também os médicos que começaram a falar das enfermidades que apareciam ao longo do tempo foram silenciados. Grande quantidade de gado aparecia morto e se impunha o silêncio. Imagino que os presidentes recebiam informes falsos e não foram devidamente assessorados, porque o dinheiro oferecido pela transnacional é sempre muito tentador, tanto para as pessoas comuns como para aqueles que deveriam analisar e aprovar esses produtos. Estamos, sem dúvida, diante de um delito de lesa humanidade, pois submete a cidadania a uma experiência como essa, que provoca câncer, enfermidades desconhecidas e permite que a cidadania consuma produtos com químicos que envenenam o corpo, deterioram a saúde, especialmente a das crianças e dos idosos.
A Monsanto é tão poderosa que nenhum país consegue expulsá-la depois que se instala. Mas não termina tudo aí, porque tanto os fertilizantes como todos os produtos vendidos pela empresa têm uso intensivo e sem limites. E isso é responsabilidade do governante, ou seja, do presidente. Por quê?
Porque além do mal que lhe estão informando, sempre está a dúvida diante de resultados que transcendem no mundo, já que os produtos dessa transnacional e de outros laboratórios, que surgiram para terminar com a fome nos países pobres, hoje sabemos que estão dispostos a exterminá-los, simplesmente porque tem gente demais que foge dos países com fome, miséria e que cruza fronteiras para procurar trabalho ou bem-estar e, por isso, incomodam as pessoas que pertencem ao mal chamado primeiro mundo. Eu chamaria de mundo criminoso e genocida da superpopulação planetária em que tudo parece estar permitido.
Falando dos laboratórios em geral, é bom recordar que os farmacêuticos elaboraram cerca de uma vintena de vacinas que devem ser ministradas a um bebê, com pouco tempo de nascido e que colocam em risco sua vida, pois a maioria é de vacinas sintéticas. Assim também os antidepressivos, antidiabéticos, anti colesterol etc , que se destinam ao mesmo, ou seja, para diminuir a superpopulação. E muito especialmente nos dois extremos da vida (bebês e anciãos), que são pouco convenientes para o liberalismo selvagem, impiedoso e criminoso, que necessita de escravos que trabalhem muitas horas e que lhe deem muito lucro. E existe um trabalho coordenado que gera muito lucro. Fazem uma boa equipe, por um lado, a Monsanto com seus tóxicos que envenenam a população e, por outro lado, a máfia da indústria farmacêutica que produz remédios para aplacar os efeitos, porque há dúvida de que curam.
Voltando ao agronegócio argentino, cujos latifundiários vivem em pleno luxo nas grandes cidades e exploram suas terras através de lacaios servis, que não se dão conta de que arriscam a vida, por um punhado de moedas, para que seus patrões fazendeiros ganhem muito dinheiro e desfrutem com viagens de prazer pelo mundo, porque são ricos e especuladores que armazenam o grão para quando vale a pena vender e acumulam em silos metálicos ou em bolsas em que será fumigado tantas vezes como seja necessário para não perder nada da produção.

(Continua na próxima postagem)

quarta-feira, 13 de setembro de 2017

HISTORIOGRAFIA OFICIAL IGNORA O QUE SE PASSOU E SE PASSA FORA DO TRIÂNGULO RIO-SÃO PAULO-MINAS. A REVOLUÇÃO PERNAMBUCANA DE 1817 É SOLENEMENTE IGNORADA

Não sei se já tive oportunidade de falar a vocês, caras leitoras, caros leitores, sobre como se escreve a história. Comumente, é a história dos heróis, principalmente dos heróis bem localizados, isto é, que atuaram nos centros de poder. No caso do nosso país, por exemplo, tudo se passou e se passa, para os historiadores e historiógrafos oficiais, no triângulo Rio-São Paulo-Minas.
Um dos casos mais marcantes é o da Inconfidência Mineira. Certamente Tiradentes quebrou a cara nessa empreitada e merece veneração. Mas ele, exatamente em virtude da quebra do sigilo da conspiração (daí a designação “inconfidência”), não conseguiu fazer nada em prol da nossa independência do jugo e arbitrariedades de uma ex-potência marítima já em franca decadência graças à Inquisição.
Já aqui em Pernambuco, promovemos várias autênticas revoluções, sobretudo a Revolução Pernambucana de 1817, pela independência, a Confederação do Equador de 1824, por uma autêntica federação que Pedro 1º não instalou, e a Praieira, coincidente com a Comuna de Paris. Muita gente lutou, foi presa, arcabuzada.
Recentemente, a Companhia Editora de Penambuco (Cepe) publicou o livro Frei Caneca –Vida e escritos, em que outro frade, Frei Tito Figueiroa de Medeiros, busca traduzir para a contemporaneidade os escritos do revolucionário de 1817 e da Confederação do Equador, arcabuzado perto do Forte das Cinco Pontas, no Recife. Segundo seu biógrafo, Frei Caneca foi um “precursor do tipo intelectual orgânico” de que trata Gramsci.
Morto muito jovem, aos 45 anos, Frei Caneca foi uma cria do iluminismo francês e fruto das avançadas lições dadas no Seminário de Olinda, a primeira escola superior do Brasil, criada em 1800 (na época não havia separação entre Estado e religião), uma sementeira de intelectuais onde se formavam clérigos e leigos.
Dom Pedro 1º, que detestava a nossa província pernambucana devido a seu espírito rebelde e reivindicativo, privou-a de mais ou menos a metade de seu território. Tirou-lhe a província das Alagoas e a chamada Comarca do São Francisco, hoje anexada à Bahia.

Minas não perdeu um milímetro de seu grande território, mas, para o oficialismo historiográfico, está na vanguarda da independência. E o pior é que nem aqui no Nordeste e em Pernambuco o vanguardismo e o pioneirismo pernambucanos são levados em contra. Breve exceção são as as comemorações do bicentenário da Revolução de 1817.

segunda-feira, 11 de setembro de 2017

REDE GLOBO SEM REGULAÇÃO APOIOU A DITADURA E FOI POR ELA APOIADO

Acrescento hoje alguns despachos ou declarações de eminentes figuras da ditadura de 1964-85 enaltecendo ou favorecendo a Rede Globo. A rede, posteriormente, teve a desfaçatez (vulgarmente cara de pau) de fazer mea culpa por sua adesão incondicional ao golpe e aos 21 anos de trevas dos generais golpistas.
“Expus que o procedimento do Ministério das Comunicações, durante minha gestão, pautou-se por uma política de radiodifusão explorada pela iniciativa privada, com a televisão estruturada em redes nacionais. Essas redes devem ser estabelecidas em torno de um pequeno núcleo de propriedade de um grupo, as demais emissoras são a ele afiliadas.” (Golbery do Couto em 1978)
“Devo dizer que o doutor Roberto Marinho nunca me criou qualquer tipo de dificuldade. Eu, ministro-censor, ele diretor do Globo, da televisão Globo, da Rede Globo, da Rádio Globo, da Rádio Mundial, da Rádio Eldorado, ele nunca me criou dificuldade.” (Armando Falcão, ministro da Justiça durante a ditadura, falando sobre o Jornal Nacional no documentário da BBC Beyond Citizen Kane. Esse documentário circula clandestinamente, pois nem a Rede Globo nem outras TVs o divulgam. Eu o vi na Sindicato dos Jornalistas de Pernambuco)
“Sinto-me feliz todas as noites quando ligo a televisão para assistir ao jornal. Enquanto as notícias dão conta de greves, agitações, atentados e conflitos em várias partes do mundo, o Brasil marcha em paz rumo ao desenvolvimento. É como se eu tomasse um tranquilizante após um dia de trabalho.” (General-ditador Emílio Garrastazu Medici sobre o Jornal Nacional da Globo, na fase de maior repressão da ditadura)
“No dia 13 de julho p.p., foi realizado, no gabinete do ministro Golbery, reunião com sua presença [...] e do sr. Roberto Marinho com dois auxiliares. O sr. Roberto Marinho, em longa exposição, mencionou todas as atividades que realizara, não só em radiodifusão comercial, como também em tele-educação e assistência social. Mencionou também o constante apoio que vem dando ao governo.” (Golbery do Couto em 1978)

Essa pequena amostra indica a urgência da regulação da mídia em concessão no Brasil, como há em qualquer país civilizado. O que só ocorrerá se o juiz Moro largar o pé de Lula e este for reeleito. Regulação já! Fora Temer!

sexta-feira, 8 de setembro de 2017

O BRASIL PRECISA DE REGULAÇÃO DA MÍDIA. DAÍ O CERCO A LULA

Prosseguindo na minha conversa com vocês sobre regulação da mídia em concessão, algo que há em qualquer país civilizado. Segundo a jornalista Laís Modelli, em número especial da revista Caros Amigos sobre “Rede Globo, 50 anos de manipulação” (maio de 2015), a Constituição brasileira garante a existência de três tipos de meios de comunicação concedidos no país: os privados, os públicos e os estatais. Ela cita o pesquisador Eugênio Bucci, segundo o qual a concessão privada “é aquela que é operada por uma emissora com fins de lucro, uma emissora comercial; a estatal é aquela que é operada diretamente por uma empresa estatal ou diretamente por um dos poderes da República; a emissora chamada pública é aquela que não tem fins de lucro e não pertence ao Estado, podendo normalmente ter um regime jurídico de fundação”. Mas, prossegue, “Como não temos uma regulação dessa matéria no Brasil por uma legislação ordinária, a conceituação não é assim tão clara”.
Na opinião do pesquisador César Ricardo Siqueira Bolaño, que Modelli também cita, “na verdade, essa classificação em três sistemas é polêmica. Todo serviço de radiodifusão deveria ser considerado público e cada tipo de agente, empresarial, estatal ou comunitário, deveria atender a certas exigências mínimas nesse sentido”. O capital privado trata esse bem público como pura mercadoria. Reivindica prioridade e privilégios no direito de acesso às verbas publicitárias ou na discriminação das rádios e TVs comunitárias na disputa pelo espectro.
Na prática, para Modelli, a TV de capital privado brasileira, comumente gerenciada por famílias (como Globo, SBT) ou por instituições religiosas (como Rede Vida e Rede Record), é um gigante de mercado que sufoca qualquer tentativa de meios públicos e comunitários de existirem no mesmo patamar. Há dois modelos de regulação que visam minimizar a tendência concentracionista no que se refere à organização dos sistemas de radiodifusão e TV. O americano o faz via regulação da concorrência. O europeu privilegia a existência de um setor público forte e competitivo. A British Broadcasting Corporation da Grã-Bretanha, mais conhecida como BBC, constitui exemplo de boas práticas para o setor privado. Durante a 2ª Guerra Mundial era ouvida avidamente tanto no lado aliado (inclusive Brasil) como na Alemanha nazista.

Capitalismo selvagem não! Regulação já! Fora Michel Miguel Elias Temer Lulia e sua quadrilha! (não sou eu que digo quadrilha; estou com muita gente que não concorda com o golpe).

quarta-feira, 6 de setembro de 2017

MORO E A GLOBO CERCAM LULA POR TODOS OS LADOS, ENQUANTO O DESGOVERNO GOLPISTA SE ESBALDA EM FALCATRUAS

O cerco a Lula vai se apertando. Não digo que seja um santo. No entanto, ele e Getúlio (que também não era um santo) foram os que mais fizeram em benefício do povão, da turma da senzala. A casa-grande não sossega enquanto não conseguir alijá-lo da disputa marcada para o próximo ano. O semimonopolista Grupo Globo se esbalda, passa o dia inteiro deblaterando contra o ex-presidente. Seus comentaristas se esmeram em não cumprir seu dever jornalístico de apresentar a verdade factual, distorcem e omitem fatos. Como dizia antigamente o corvo e golpista-mor Lacerda, a respeito da candidatura à Presidência de JK: Juscelino não pode ser candidato, se for candidato, não pode se eleger, se se eleger, não pode tomar posse. E tome golpe na atribulada historia de Pindorama.
O juiz Moro, esquecido do provérbio grego segundo o qual “cabe ao juiz julgar com justiça, isenção”, põe-se a serviço de interesses alienígenas e dá a pauta para os delatores. Se não cumprirem a pauta, submetem-se a penas maiores. Dobra quase todos os réus sob seu julgamento e os obriga a incriminar Lula e gente mais à esquerda, esquecendo totalmente a quadrilha que está no poder através do golpe do impeachment (o novo modelo de golpe urdido em Washington). Apesar de todas as comprovações de roubalheira e desgoverno, Michel Miguel Elias (fora) Temer Lulia continua rindo de todos nós e vendendo o que escapou da “privataria tucana” (leiam o livro com esse título). Sabe que está sob a proteção da casa-grande, do Congresso, do Judiciário. Segundo Joesley Batista, apesar de este não ser flor que se cheire, o golpista Temer é o “ladrão geral da República”. E ele nem se abala.
Por que Lula não pode ser novamente presidente? Não faltam motivos, mas um muito importante é que não será tão leniente com a casa-grande como foi nos mandatos passados. Certamente, uma de suas primeiras providências será a regulação da mídia sob concessão, como existe em qualquer país civilizado. E então seria o fim do império do Grupo Globo, que tem muitas concessões (prestem atenção: concessões) de rádio e TV aberta ou fechada. Para a casa-grande e os irmãos Marinho, que têm na Globo seu partido político, essas concessões viraram doações.
Com o golpe, a TV Brasil, por exemplo, foi ideologicamente saqueada. Aliás, a Globo já havia lançado há tempo seu Canal Brasil, para fazer confusão e preparar o bote. O tema e vasto e a ele voltarei.
Regulação já! E só isso justificaria a eleição de Lula

domingo, 3 de setembro de 2017

POR QUÊ A GENTE TEM TANTOS PROBLEMAS DIGESTIVO-INTESTINAIS?

Prezadas e prezados leitores, Atrasei um pouco esta postagem, mas não foi por causa da “privataria tucana”. É que eu tive de me internar por dois dias para retirar um pólipo do intestino e ainda estou em recuperação. Peço-lhes licença para juntar a postagem de sexta-feira passada com a da próxima segunda.
Vou conversar com vocês sobre os possíveis motivos de a gente ter muitos problemas digestivo-intestinais. Podem não concordar comigo, mas eu acredito que o homem é um animal herbívoro e não carnívoro. Eu não sou vegetariano nem vegano, prefiro peixe à carne, mas, observando a arcada dentária do homo sapiens e seu aparelho digestivo, vemos que os dentes humanos não são adaptados a comer carne, ao menos crua, como os carnívoros irracionais. No entanto, o homem, com seu livre arbítrio, decidiu, a certa altura de sua evolução, alimentar-se de carne assada ou cozida.
Quanto ao aparelho digestivo-intestinal do animal racional, ele também é muito longo e não curto como o dos irracionais carnívoros. Sendo longo, ele absorve toxinas e outros elementos que não consegue processar. Daí a frequência de males estomacais e intestinais que atingem o homem; como úlcera, azia, mal de Crohn, colite ulcerativa, inflamação, abscessos com pus, sangramento anal. Estes dados foram tratados no recente 9º Simpósio Internacional de Atualização em Doença Inflamatória Intestinal, ocorrido em São Paulo. Boa parte da turma que gosta muito de carne, tanta gente, aprecia a carne mal passada, o que deixa ainda mais vulneráveis o estômago e o intestino.
Eu costumo observar muito o desempenho do meu corpo, a minha saúde e, depois que fui levado a extrair esse pólipo no intestino, fiquei ainda mais atento. Além disso, tenho lido muito sobre os efeitos do glúten no aparelho digestivo. Muitos médicos falam que glúten é nocivo, mesmo para quem não tem a doença celíaca, que uma alergia grave a esse componente de vários alimentos.

A gente fica meio confuso e incrédulo por precisar deixar de comer tanta coisa boa, como pão, massas etc. No entanto, elogia-se muito a chamada dieta mediterrânea, que inclui azeite, muita massa, vinho. Durma-se com um barulho desse. Estou só fazendo algumas observações após o procedimento a que me submeti. Creio que seria positivo para a nossa saúde prestar mais atenção a observações como as que faço aqui.

quarta-feira, 30 de agosto de 2017

JORNALISTA É UMA BELA PROFISSÃO, MAS A MÍDIA NATIVA IGNORA OU DISTORCE A VERDADE FACTUAL. REGULAÇÃO JÁ!

Meus caros leitores e leitoras, a minha profissão de jornalista, de que gosto muito, foi por mim abraçada dentro de uma conjuntura gerada pelo golpe de 1964, que Stanislaw Ponte Preta chamava de “a redentora” (porque os golpistas de então apelidaram seu coice de revolução). Sobre os disparates perpetrados por golpistas mais ignorantes (Castelo Branco se julgava um intelectual) ele escreveu um livro que merece ser lido, Febeapá - Festival de besteira que assola o país.
Depois de deixar a vida clerical, licenciado em teologia pela Université Catholique de Lyon, eu me encaminhava para a docência/pesquisa na equipe de Paulo Freire, que tocava seu sistema de educação e método de alfabetização. Quando foi lançada a Rádio Universitária, o reitor João Alfredo confiou à equipe sua direção e programação, sob a competente chefia de José Laurênio, que havia trabalhado na BBC de Londres.
Foi aí que eu virei jornalista (naquela época ainda não havia reserva de mercado para quem fizesse o curso de jornalismo, que só se justifica como pós-graduação), fazendo dois programas: Resenha de jornais e Resenha de editoriais. Arquivados, serviram mais tarde de provas da minha tresloucada subversão e sustento pelo ouro de Moscou. O capitão Moreira Paes, que comandou o IPM da Universidade (arrancado dos coronéis “revolucionários” por insistência de Gilberto Freyre, que tinha uma pendenga com o reitor João Alfredo), estava tão por fora que ainda era lacerdista, quando Lacerda já não era mais o golpista mor e pouco interessava aos milicos.
Com a “redentora” na rua, eu preso e demitido da Universidade, andei pelo Rio e Sampa procurando emprego em jornais, o que não consegui por não ser conhecido lá e essas cidades já estarem abarrotadas de jornalistas fugitivos de todo o país. Então, fui trabalhar na sucursal recifense do Correio da Manhã, na agência de publicidade Itaity, de Carol Fernandes, e afinal na sucursal da Folha de S. Paulo. Depois fui para a sede da Folha, lá em Sampa, e continuei no jornalismo.
Bem. Isso tudo é para dizer que gosto da profissão, mas a imprensa nativa (como diz Mino Carta) é uma lástima, em geral, sonegando e distorcendo informações, falseando fatos. E seus barões ainda têm a ousadia de falar de censura quando se quer regular o rádio e a TV, que são concessões públicas. Regulação que existe em todo país civilizado.
Na Argentina, o comportamento da mídia não é diferente, dentro do neoliberalismo que nos é imposto. Mas li, outro dia, reportagem que fala de um radialista resistente. Victor Hugo Morales é uruguaio, mas radicado na Argentina, e resiste bravamente na Rádio 750 AM, mantida por um fundo sindical de investimentos; como também o é o jornal Página 12.
O programa de Morales, La Mañana, critica os assim ditos “podres poderes” sem dó nem piedade. Dos meios de comunicação da Argentina 95% são dominados por uma autêntica máfia que mente descaradamente favorecendo uma minoria que explora o povo. Não muito diferente do Brasil. Para Morales, são uma “imundície dominada pelos interesses mais inconfessáveis que existem Mentem sobre a Venezuela, mentem sobre o Brasil, mentem sobre Cristina Kirchner, adulam Macri e tudo o que ele faz, vivem para seus negócios e a informação correta vai para a lata de lixo”.

Regulação da mídia já! Mas isso só quando governos populares voltarem ao poder, após o golpe em que estamos mergulhados. Regulação da mídia concedida não é censura em canto nenhum do mundo.